A ZONA COMO NORMALIDADE (parte 1)

Testemunhamos um momento que, pela sucessão de acontecimentos, alguns já rotulam como histórico. Do lado mais otimista, temos o olhar de quem acredita numa elevação no grau de politização do brasileiro. Do outro, meu caso, vemos apenas uma elevação do caos como algo normal.

Os entusiasmados, mencionam as manifestações como do dia 13 de março de 2016 contra a corrupção e, obviamente, contra tudo o que representa os governos petistas em todas as esferas e contra outros governos como tucanos, pmdebistas, e afins nas esferas estaduais e municipais.

Quando o Brasil parou para acompanhar a votação de admissibilidade do processo de Impeachment na Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril, também houve quem festejasse em função de não se ter registros de confrontos entre favoráveis e contrários ao processo. 
O entendimento de pessoas como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, foi de que a ausência do confronto estaria sinalizando para uma maturidade democrática da população. Contudo, tenho cá minhas objeções sobre o tema. 
A falta de confronto na madrugada de 18 de abril foi decorrente da ausência de alguma ordem de comando da gangue vermelha para o ataque.

Como estavam aturdidos com a acachapante derrota, os ditos "movimentos sociais" ficaram sem saber que ordem dar. Esta gentalha, na verdade, não passa do ajuntamento de manipulados ou manipuladores. 
Na essência, vândalos capazes de repetir qualquer bordão, palavra de ordem que tenha sido ordenado no ajuntamento da caravana regada a pão, mortadela e Tubaína (ou equivalente de cada região do País).

Além da balbúrdia em Brasília, estabelecimentos educacionais cariocas e paulistas foram invadidos por grupelhos de moleques que, de repente, se tornaram heróis de uma resistência cívica (nojo!) para uma parcela que os aplaudem e deixa evidente que são tão idiotas quanto os novos "heroizinhos-de-última-hora".
Ora, mas como eu posso ser contra tanta consciência política? Simples! Não há consciência alguma. O que há são políticos oportunistas querendo criar cortina de fumaça em diversas situações.

Em São Paulo, a ladainha da CPI da Merenda, tão reivindicada por alguns opositores de Alckmin, tinha como foco apenas a Secretaria de Estado da Educação. Descaradamente, queriam ignorar ou fazer de conta que não viram os governos municipais citados na denúncia do Ministério Público Paulista. 
Ora, de 645 cidades de São Paulo, 22 aparecem na lista do "desvio da merenda". Dentre elas, a imaculada (só que não) prefeitura petista de São Bernardo do Campo. Uau! E por que tanto holofote apenas no Picolé de Chuchu?

Os imbecis úteis que ocuparam escolas estaduais e o Centro Paula Souza não foram informados (ou fizeram questão de acobertar) que na ladainha da merenda há membros de oito partidos, a saber: DEM, PDT, PSDB, PSB, PSDC, PSD , PT e PTB.
Ah! Mas eu sou contra a merenda para os pobres estudantes? Claro que não. Eu mesmo comi, algumas poucas vezes, quando estudei no Colégio Estadual 15 de Outubro, em 1994.

A minha pergunta é: das 645 cidades paulistas, quantos estudantes hoje estão sem merenda? Se houvesse o horror que querem vender, não seria o caso de que ocorressem protestos em pelo menos 400 cidades do Estado, jogando por baixo?
Sou do tempo que adolescente investia horas sentado em salas de uma biblioteca pesquisando nos livros para responder atividades aplicadas pelos professores na aula anterior. Eu mesmo convivi muito com pó e ácaro de livros velhos e sobrevivi.

Adolescente que se preza, primeiro, aprende a arrumar a cama, lavar a própria cueca ou calcinha, usar o dicionário, respeitar pai, mãe ou qualquer outro que tenha tutela sobre ele para, depois, passar a disputar espaço político e querer ditar regras.
Ah! Não concorda comigo? Não tem problema. Não escrevo para vender.


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