Ser assunto é divertido

As eleições acabaram. Mas para uns e outros ainda existe a necessidade de ficar remoendo e tentando, repito, tentando irritar aos seus desafetos. Por uma honraria que ainda não consegui descobrir qual é, estou na lista de alguns. 
Ao contrário do que pensam os 'ditosos' senhores e 'distintas' senhoras, não tenho problema que repitam meu nome com argumentações tão pequenas e pobres quanto eles mesmos. Como diz um velho adágio: "quer falem bem, ou falem mal, o que quero é que falem de mim". Muito obrigado.
Após minha coluna da semana passada, tiveram a pachorra de entrar em grupos em redes sociais formados e sustentados pela "comunhão de ódios", como bem sinalizou José Carlos Noguero, para ataques de toda ordem a meu respeito. 

Como sempre dizem que não tenho a menor importância como colunista, não pensei que dedicariam tanto tempo para réplicas e tréplicas. Mas, o fizeram. Ao menos assim fica a constatação de que meus pronunciamentos não são inúteis como definem. Caso contrário, ignorariam cada vírgula, como eu passei a fazer com os mesmos.
Agora, que estou expondo isso, provavelmente, vão amarrar a mão à cadeira, babar e rosnar com o desejo de revidar, mas não o farão para ocultar o fato de que incomodei novamente.

Não bastando os ataques virtuais, no final da tarde de quarta-feira fiquei sabendo na passarela da Estação Ferroviária que estou com síndrome do pânico! Qua, qua, qua! Fiquei estupefato em ter sido diagnosticado sem ter passado por nenhum profissional de saúde metal.
O imbecil ou a imbecil que saiu com o comentário deve ter notado minha ausência na Prefeitura. Lisonjeante saber que estão monitorando meus passos. Não me viu? Não falou comigo? Pois é. Olha que chato: além de licença prêmio, ainda tenho férias para usufruir. O problema é inveja, não é mesmo? Lamento. Felizmente não preciso ter inveja de alguns futuros apaniguados que, agora, cantam de galo e cacarejam no terreiro. 

Estou ofendendo alguém? Se sim, quem? Vai ter coragem de usar a carapuça? Se o fizer, vai se assumir como galo ou galinha. Portanto, prenda a língua, amarre o bico. Há quem pule e grite como macaco numa arruaça afirmando que 'quebraram o bico dos tucanos'. Calma! Não pule da cadeira, se não vão saber que o macaco ou a macaca é você. Contenha-se!
Quanto ao tal diagnóstico de que estou com síndrome do pânico, por gentileza, dá um jeito de entregar o prontuário médico e quais remédios devo tomar. Já que sabem tanto sobre mim, mais do que eu mesmo, aguardo detalhes da doença. Para desconforto geral, estou muito bem obrigado. Usufruo de perfeita saúde física, mental e espiritual. Continuo me movimentando, indo, vindo, expressando ideias, sentimentos.

Se transitei menos em Campo Limpo Paulista nos últimos dias, lamento ter decepcionado alguém e privado de minha imagem. Bem, quem quer que tenha sentido falta, não está perdendo nada. Sou feio mesmo. O espelho sempre me falou e eu acredito. Eu também continuo ganhando, e muito, por não ter que avistar alguns elementos no horizonte. 
Aliás, elementos esses que conseguem estragar qualquer alvorada, minimizar qualquer bom perfume com suas presenças que exalam mesquinhez, incompetência, ganância, pobreza de espírito que em nada fica a dever os miseráveis somalianos.
Mesmo aparecendo pouco, ao fazê-lo tenho acesso a informações que me provocam asco. Um fiel escudeiro do atual prefeito –ao menos parecia ser– foi flagrado conversando com o prefeito da próxima gestão num restaurante, em Jundiaí.

Quando não se tem competência para fazer qualquer outro serviço o jeito é vender a alma para quem tem o cetro. Assim, vou ficando cada vez mais certo de que a tal mudança propalada era só propaganda mesmo. Por essas e outras: viva a síndrome do pânico!

Nem sempre a verdade vence

Infelizmente, uma parcela da população escolheu mal nas eleições municipais em Campo Limpo Paulista. O sentimento de mudança que toma conta de todas as regiões do país é legítimo e deve, sim, ser atendido. Ocorre, porém, que em Campo Limpo a coligação eleita com o nome "competência para mudar", nem tem competência nem representa real mudança. 

Nunca escondi que sou anti-petista "roxo", mas em Campo Limpo, se o ex-prefeito Luiz Braz, quem realmente mudou a história da cidade de 1997 a 2004, não fosse candidato eu teria engolido o meu orgulho e expressaria minha preferência pelo dr. Japim Andrade que, embora seja apontado por opositores como inexperiente, não é dotado de má fé e não tem perfil para o dolo.
Sob nenhuma circunstância me arrependo de ter atuado pelo retorno do dr. Luiz. Também não me arrependo de ter integrado um grupo que preferiu ser achincalhado por indivíduos interesseiros que em nome de mais grana em seus cofres negam até o que já escreveram em favor daqueles que hoje acusam.

Do ponto de vista da propaganda eleitoral, falhamos em não adotar o discurso do ataque tal qual o grupo opositor preferiu. As urnas sustentaram a rejeição sofrida pelo atual prefeito Armando Hashimoto, sempre tratado, pejorativamente, como "japonês". 
O retorno do ex-prefeito José Roberto de Assis não é uma vitória dele sobre o dr. Luiz, mas, tão somente o aproveitamento da inabilidade política confessada pelo próprio Hashimoto. Ainda vai demorar um tempo para que o eleitorado brasileiro aprenda a discernir entre proposta exequível com promessa milagreira. 
Os integrantes da trupe que acredita e propaga promessas milagreiras acusam os porta-vozes das propostas exequíveis como membros de uma elite burguesa. Eu mesmo fui definido como elitista e burguês (sic!). 

Surpreendi-me ao descobrir que como 'elitista burguês' não tenho casa, carro próprio, dependo de transporte público e sequer tenho convênio de saúde particular. Talvez deva ser membro de uma nova e pobre elite burguesa.
A trupe do PR, enfim, concluiu uma campanha iniciada em outubro de 2008, logo após a segunda posição na reeleição do atual prefeito. A mesma campanha foi reforçada com a criação de um jornal 100% eleitoreiro custeado com R$ 81 mil reais pagos pela Câmara de Vereadores entre junho de 2011 e julho deste ano. 

Juntos, dr. Luiz e dr. Japim somaram 26.713 votos o que representa mais de 60% do eleitorado. Ao considerarmos que 9.090 cidadãos, mais de 15% dos 58.361 eleitores da cidade, deixaram de comparecer às urnas, fica em chegue a larga, folgada, inatingível vantagem que a trupe do PR argumentou ter ao longo dos últimos 12 meses.
Enquanto somente eles faziam campanha na TV, jornais, blogs e perfis em redes sociais é claro que tinham vantagem. Em algum momento chegaram a dizer que tinham mais de 45% de intenção de voto! (sic!). Se tinham, viram o declínio ao longo de três meses de confrontação da mentira com a verdade, das promessas com as propostas. 

Infelizmente, não foi tempo suficiente para a reversão completa. Lamentavelmente, em período não muito distante, os eleitores de boa memória que preferiram outros candidatos estarão unindo vozes contrárias aos que votaram pelo resultado que se apresentou. 
De qualquer forma, vamos colher frutos de escolhas pautadas em barulho, promessas e interesses exclusivamente pessoais. Vamos ver a expressão do voto definido a partir do lixo gerado na porta dos locais de votação. 

Em pleno Século XXI, como diz um partidário do PR, ainda temos eleitores que abaixam no meio do lixo, sorteiam um papel qualquer e diz: 'Fui com a cara desse aqui, vou votar nele'. Isso não é lenda, foi visto ao vivo e em cores, mas parece tons de cinza. De qualquer forma, estamos em evolução. Nosso avanço? Vai sofrer um atraso, porém não será inviabilizado.

7 de outubro: dia de mais um passo

Nesta sexta-feira, 5 de outubro de 2012, a atual Constituição Brasileira completa 24 anos. A sétima Carta Magna brasileira, apesar de já precisar de revisões, é considerada uma legislação moderna que trouxe avanços para o sistema democrático. 
Graças a ela, neste período, o país passou por impeachment, planos econômicos, permitiu afastamento de ministros, punição contra magistrados,  alternância de poder, entre outras conquistas.

Dentre as suas debilidades está o fisiologismo político que ela sustenta. Embora os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário tenham autonomia, alguns pormenores da lei promovem uma negociação permanente entre Executivo e Legislativo. 
Recentemente, vimos e ouvimos, em prosa e verso, um caso que não se apresenta muito na grande mídia. Refiro-me ao encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio e ministro do STF, Gilmar Mendes para tratar sobre o temido julgamento do mensalão dentro do período eleitoral.
Assim, vamos sofrendo as negociatas e nos tornamos vítimas de um processo político varejista que mantém na prateleira os interesses particulares como produto de maior variedade. Os 'mensaleiros' estão aí para não deixar dúvida desta promiscuidade política que ainda impera no país. 

Embora nos indignemos, falemos com a fúria de um pigmeu contra um gigante, infelizmente, na maior parte do tempo, nos deixamos entupir de argumentos sem fundamentação lógica e que são derrubados à menor contestação.
Chego ao fim de mais um pleito municipal com a percepção de que avançamos, mas ainda precisamos nos livrar de algumas arestas provincianas na nossa forma de pensar e de agir no tocante às causas públicas.
Como já era de se esperar, os recursos tecnológicos foram bastante utilizados nesta eleição. As redes sociais fervilharam com toda sorte de conteúdo. Infelizmente, o que sobejou foram ataques, ofensas, deméritos que se tentou impingir a adversários e, claro, a sempre presente mentira.

No meio da celeuma, as postagens que não acusavam, apresentaram um mundo tão mágico que nem Lewis Carroll, autor do clássico "Alice no País das Maravilhas", teria conseguido conceber.
De repente, "todo mundo" é interessado em tudo e sobre tudo sabe falar. Os discursos são compostos com elementos tais como: papel de bala no chão, sacos plásticos na calçada, embalagens de suco no rio, folhas secas no quintal, galhos de árvores nos fios, tarifa de ônibus milagrosamente baixas, vagas nas creches, esgoto, água, pichações, cultura, emprego, qualificação, esporte, déficit habitacional, hospital, posto de saúde, médicos, especialistas, exames, horários de rush, enfim, a lista se alonga.

Entretanto, todas as pautas têm dia e hora para acabar. Esquecemos, porém, que o ato de ir até a sessão eleitoral não é último passo do processo democrático. Digitar alguns números na urna e confirmar é apenas mais um passo. Depois dele, vem o acompanhamento contínuo de quem for eleito, quer sejam os nossos escolhidos ou não.
Contudo, o que precisamos, de fato, é de mais compromisso com nossa própria cidadania. Precisamos com máxima urgência de homens e mulheres, jovens e adolescentes que se engajem pelo presente e pelo futuro de nossas crianças e pela nossa própria velhice. Afinal, se tudo correr como planejado, ela vai chegar. 

Precisamos de cidadãos que saibam conviver com quem pensa diferente sem tentar calá-lo ou até aniquilá-lo. Em uma eleição, costumamos encerrar o assunto com ganhou ou perdeu. Porém, acredito que se trata de algo maior que isso. Estamos escolhendo trajetórias para nossas cidades. 
Por isso, é sempre inteligente ponderar se os conteúdos apresentados por tantos candidatos são, de fato, propostas realizáveis ou apenas mais promessas que precisam, no mínimo, de um milagre para serem materializadas.

 
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