Luzes, explosões e expectativas

Avenida JJ Rodrigues vazia. Seus transeuntes estavam agrupados em pequenos grupos aguardando o momento de abraçar, beijar e sonhar de olhos abertos


A foto acima produzi na virada de 2009 para 2010. O que me marcou foi que, para registrá-la, parei exatamente no meio da rua. Nada demais, não fosse essa uma das avenidas mais agitadas de Jundiaí, a JJ Rodrigues, na Vila Arens. Por ela passam milhares de pessoas, centenas de veículos. Por alguns segundos me questionava: onde está todo mundo? Eu mesmo respondi. Neste momento único, as multidões que cruzam a via estavam todas reunidas em algum lugar para fazer a contagem regressiva.

Os grupos se reuniam e daqui a pouco voltam a se reunir em igrejas, clubes, chácaras, apartamentos, praças, lagos, praias. No meu caminho até este ponto tinha conseguido observar alguns destes grupos. Com muitos sonhos nos agrupamos para dar muitos abraços e muitos beijos e nos felicitarmos, agradecermos a Deus pelo ano findo e pelo enigmático novo ciclo que se abre. Momentos depois que fiz esta foto, seria improvável que poderia parar no mesmo local.

Os veículos já a cruzavam em alta velocidade, lotados de pessoas acenando panos, bandeiras, lenços e gritando para desconhecidos um altissonante "feliz ano novo". Cada viagem levava pessoas que saíam de suas igrejas e da casa de um familiar para o outro a fim de continuar a sessão de abraços.

Oxalá aprendamos a manter esta vibração em todo o tempo. Sabendo chorar e sorrir com as pessoas, quer elas estejam no nosso círculo mais íntimo ou não. Que as muitas luzes dos fogos, os sons de explosão produzidos por cada bateria sejam símbolos da nossa explosão pessoal de alegria pela vida.

Que a fé, a esperança e o amor sejam os principais elementos que pavimentem nossa estrada, calcem nossos pés, enfeitem o nosso horizonte, cerquem-nos como manto e que em tudo consigamos ter uma expressão de gratidão a Deus e uma expressão de louvor por tudo o que Ele faz.

Que a adoração seja, de fato, um estilo de vida de modo a que Ele, o Soberano, receba o que Lhe é devido independente do quanto recebemos e do que vivemos. Que em todos os momentos sejamos capazes de reconhecer a Sua presença, os seus ternos cuidados e o Sua amor que é absolutamente inexplicável, mas plenamente acessível.

Feliz 2012 a todos!

Votos capitalistas e práticos

O status do Facebook sempre pergunta o que estou pensando. Resolvi responder: estou pensando que, em 2012, 13, 14...99, desejo muito dinheiro para mim, meus descendentes e meus amigos.
Quem pretender me felicitar, pode economizar saliva e desejar só grana, cacau, faz-me-rir, money, cascalho, Real, Dólar, Euro, Libras, Iêns, porque todo o restante já tenho em fartura: alegria, amor, harmonia, força, esperança, fé, saúde etc etc.

Acredito, piamente, que no ato da concepção, quando ainda éramos rascunho na prancheta do Criador, além de uma centelha de Si que depositou ao nos dar o fôlego da vida, em algum compartimento da alma, Ele depositou também todas as riquezas espirituais.
Nós é que, por absoluta burrice, vamos jogando ao longo da jornada da vida. Mas sempre fica um bocadinho no fundo do tacho que pode ser multiplicado tal qual o azeite da viúva, no milagre operado por meio de Eliseu, o profeta.
Ainda que eu não ame o dinheiro (o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males) preciso, e muito, dele. Todos os valores e riquezas espirituais que tenho independem da conta bancária. Já os tenho mesmo fechando no vermelho, roxo, pink ou qualquer cor equivalente.

Saúde é bom desejar, mas se o Todo-Poderoso, por qualquer objetivo (correção, ensino, aperfeiçoamento) resolver tirá-la de mim, não adianta ter ou não ter o dinheiro. Basta lembrar que um sem número de gente endinheirada morre no quarto de luxo garantido pelo convênio. Outros tantos são salvos de doenças incuráveis, ainda que padecendo no barraco de pau-a-pique, com o remédio mais eficiente e de custo zero que é a fé.

Por essas e outras razões, reitero meus votos de muito dinheiro para todos. Afinal, convivo com um sem número de gente honesta, trabalhadora, raladora que merece ter dinheiro no bolso muito mais que o tal Jader Barbalho que, por 4 dias de trabalho "honestíssimo!" em Brasília (dias 28, 29, 30 e 31 de dezembro) recebeu a bagatela de R$ 3.500,00, mais a ajuda de custo de R$ 26.700,00. Se ele pode ter muito dinheiro no bolso, muito mais eu, meus amigos, colegas e, porque não, até quem me tem por inimigo.

Por isso, em 2012, muito dinheiro para todos, especialmente aos honestos de verdade e não aos de fachada.

2011 está chegando ao fim. Mas o que fica?

Por: Amanda Souza; Emanuel Moura; Glaucia Bernardo; Willian Sanches

Torci muito pra este ano acabar logo. E agora ele está aí, quase chegando ao fim. Em 2011, amigos se afastaram, outros desistiram de mim, alguns novos apareceram e outros se fortaleceram. Percebi que pra algumas pessoas sou apenas 'útil', para outras sou extremamente importante. Senti falta de ligações que seriam especiais no meu aniversário, mas me senti especial por pessoas que sequer sabiam muito sobre mim.

Houve boas novas, mas também existiram as más… Fizeram-me sentir muito mal… mas soube dar a volta por cima e me fazer bem…
Senti-me esquecida e, ao mesmo tempo, muito querida!

Eu aprendi muito… aprendi sobre mim, sobre as pessoas, sobre amizades, sobre família, sobre a vida. Aprendi que sou humana, com acertos e muitos erros… muitos erros mesmo, na tentativa de, numa próxima, acertar.

Quero carregar este ano como um aprendizado, para que ele não se repita. Quero que seja apenas para eu lembrar "como vivi" e como "preciso viver".

Pensar muito mais em mim e esquecer que eu vivi para os outros. Hoje eu  aprendi a dançar conforme a música. De 2011 só levo amor, o amor que recebi e retribui. Levo a certeza de que planos e expectativas nos causam dores, mágoas e algumas vezes são inúteis.

Muitas vezes acreditei nas pessoas e me decepcionei, mas na verdade sabia que se acreditasse em mim isso não iria acontecer. Errando, levei 2011. Amando, levei 2011. Acreditando, com certeza, levei 2011. O sentimento que me vem é de um fim de viagem…

Vejo pessoas que amo me acenando, chorando de alegria pela minha volta. Mas, como todo fim de viagem, deixei algumas pessoas que amo. Isso mesmo, amo. Porque quem ama nunca deixa de amar, para trás, reencontro nesse "porto" a esperança de que este ano que chega será bem melhor do que o que se vai.

Já não lembro com dor as lágrimas que deixei cair, e ainda esboço sorrisos ao me lembrar todos os bons momentos que vivi. Lembro das risadas que dei e que vi, dos gostos que senti, do cheiro de perfume de alguns amigos chegando.

2011? Um ano de mesmice, chatice e valores. É… parece que foi ruim, um pouco talvez. Digo mesmice, pois não pude ter grandes realizações como havia planejado. A chatice fica por conta das pessoas, que em muitos momentos ruins não pude rever e talvez chorar, mas foram, foi, não sei. Mas tomara Deus que continuem sendo, apenas sendo. Agora os valores, esse não quero descrever, são muitos, são poucos, não sei dosar. São emoções, relacionamentos,  amizade, tudo e mais um pouco. E que fez da minha vida no meu ano diferente. E que venha 2012 com tudo e mais um pouco.

Este momento de transição de um ano para o outro, bem poderia ser só mais uma troca de calendários. Gostaria de poder ser menos impactado por tudo isso. O frenesi, a pressa, a correria, o consumo, tudo isso me contamina. Queria ficar menos melancólico. Não gostaria de estar tão embriagado de esperança ou expectativas. Gostaria, de verdade, de ser menos sensível.

Gostaria de poder dizer para minha alma: "Alma, é só mais um ciclo. Fica quieta. Logo você desembarca." Mas, não consigo. Acho que não consigo justamente por isso, não é só mais um ciclo. O ano que se foi não será mais vivido, mas algumas coisas aconteceram em seu transcurso que é impossível à mente humana eliminá-lo.

Daqui mais algum tempo, vamos perguntar: "em que ano foi mesmo?". 2011 já não será tão fresco. Para narrar um fato, vamos recorrer a fatos como o casamento de alguém, ou ao nascimento e, por traição da própria memória recordaremos de algumas almas que embarcaram para não mais voltar.

O ano vai virar a curva do tempo e ficará para sempre no memorial da alma. Em seu lugar, surgirá com dia certo para partir o desconhecido, incerto, misterioso, enigmático 2012. Como todos os outros anos, ele chega com milhões de bagagens e em cada mala zilhões de vivências.

2011 se vai, mas deixa sua marca na minha alma, deixa seu conteúdo na minha mente e, graças a ele, posso dizer que meu espírito cresceu, se fortaleceu, se aperfeiçoou. De 2011, levo uma lapidação maior. Perdi algumas arestas que provocavam feridas em mim e em outos. Ganhei contornos e silhuetas que se não me deixam mais belo, ao menos me tornaram menos nocivo.

A Deus meu muito obrigado por ter me permitido a adição de mais estes dias de 2011. Como suplicou Moisés, o grande Legislador, resta-me repetir a oração: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria". (Salmos 90:12)

Comemoração e gratidão

Via de regra, falo pouquíssimo sobre minha vida pessoal nestas postagens. Evidentemente, qualquer blogueiro sempre escreve algo que ajuda ou ajudou a forjar seu caráter. Às vezes são revelações explícitas, outras têm que ser interpretadas, montadas, costuradas ao sabor de cada leitor.
Ao pensar no último texto do ano, às vésperas do Natal, tenho o privilégio de cumprir com esta maravilhosa obrigação de escrever mais um texto. Apesar do pouco que digo sobre mim de modo escancarado, tenho a sensação que muitos leitores se tornaram parte da minha história e, ainda que não saibam, contribuem no meu crescimento e formação.

O ano de 2011 chega ao seu crepúsculo como um momento de transição, ou até mesmo de transformação pessoal. Dentre todas as outras realizações, ele será o ano que vai me marcar, até o dia da minha última viagem, por ter sido durante sua passagem que concluí, a duras penas, a minha primeira graduação.
Pois é. Mesmo sem o diploma na mão –um ato protocolar daqui para frente–, já posso dizer que sou um jornalista. Não que seja algo que dê a mim ou mesmo a qualquer outro colega a expectativa de poder remar em lago manso e piscoso. Pelo contrário, concluímos o curso cientes de um mar revolto, com ondas que fariam qualquer Titanic virar um barquinho a remo.

A despeito de todas as reflexões, dificuldades, alegrias, decepções e êxitos na realização do curso e no desempenho das atribuições profissionais, o que realmente importa, ao menos para mim, é o que vivi com as pessoas. Desde colegas da mesma turma (Jornalismo e Publicidade & Propaganda), da mesma área (Comunicação Social) ou tantas outras. O que realmente vale a pena é a convivência.

Destaco também os professores que são parte inesquecível deste campo de batalha que é a academia. Ah, os professores! Eles são hilários, irritantes, aterrorizantes e ao mesmo tempo amigos, parceiros, animadores, consoladores, fortalecedores. É claro que a convivência com tanta gente não foi sempre uma navegação em "Lago Azul", tampouco um vôo em céu de brigadeiro. Ainda assim, cada momento valeu à pena.

No último dia 17, quando estive reunido com alguns dos meus colegas jornalistas e publicitários, pude dizer o quanto agradeço por terem contribuído no pouco, pouquíssimo, que melhorei como gente. Sou assumidamente barraqueiro, teimoso, turrão, por vezes, ranzinza. Pouco ou nada estive com os colegas em volta da mesa do bar, por ser absolutamente "caxias".
Ainda que nunca fosse beber qualquer coisa alcoólica, podia beber um suquinho ou refrigerante. Fiz pouco. Reconheço que poderia ter feito mais. Contudo, os momentos que estive junto foram marcantes e enriquecedores.

Felizmente, Deus nos dá as pessoas de presente ao longo da trajetória terrena. Como registrou o sábio rei Salomão na sua compilação de provérbios: "Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro." (Pv. 27:17). Isso é uma verdade prática. Sou beneficiário desta habilidade que o Criador nos concedeu de "afiarmos" uns aos outros.
Preciso deixar registrado para a posteridade e semear palavras de gratidão a cada colega, a cada professor, a cada amigo que direta ou indiretamente participou de mais uma etapa da minha vida. Embora os defeitos não tenham me largado (nem eu a eles), disse aos colegas no último encontro e reitero aqui: "Continuo bem ruinzinho, mas se melhorei um pouco, agradeço a vocês. E agradeço a Deus por ter me dado vocês de presente."

Recomeço

Nos últimos dias, mantive contato com pessoas que considero heróis. Na conversa que tive com eles, não fui informado de que em qualquer momento  da vida tenham mergulhado no mar bravio para salvar alguém ou que tenham se jogado na frente de uma carreta para impedir um atropelamento.
Enfim, eles não preenchem os perfis megalomaníacos ou trágicos que são buscados pela maioria dos veículos de informação pautado pelo sensacionalismo.

Conversei com Anderson Luiz Pires, de 32 anos, residente em Várzea Paulista, João Barbosa da Silva, de 42, e Carlos Alberto Gonçalves Guerra, de 47, esses dois residentes em Campo Limpo. O que eles têm em comum é a garra de retomar as rédeas da própria vida através da educação.
Eles pararam de estudar na infância ou adolescência por diversos motivos. Desde distância da escola até por achar que estudar seria dispensável. Os motivos de interrupção da vida acadêmica, agora, pouco importam. O que, de fato, entusiasmou-me, profundamente, foi a disposição deles por recomeçar.

Tiveram que vencer, primeiro, a si mesmos, uma vez que a idade parece ser impeditivo para a volta à escola. A vergonha, o medo de enfrentar o novo, o receio para sair da zona de conforto são inimigos relevantes. Após dar o primeiro passo, irem até uma unidade escolar (nestes casos Emef Nair Ronchi Marchetti e Emef Vila Thomazina), tinham que vencer o leão e urso do cansaço e desânimo todos os dias.
Depois de jornadas exaustivas de trabalho como zelador de uma chácara, no caso do João Barbosa, e como entregador externo de uma rede varejista, no caso do Anderson Pires, o corpo cambaleava e pedia tudo, menos, sair de casa, pegar ônibus e ficar mais três horas estudando.
Para Carlos Guerra a  rotina não era de trabalho, uma vez que se tornou beneficiário da Previdência Social. No entanto, precisa vencer as consequências de um acidente de trabalho, em 2010, e de uma cirurgia para a retirada de tumor com 13cm na região da clavícula, em 2007.

A despeito de todas as dificuldades e limitações, esses heróis escolheram o caminho mais penoso, porém mais justo e igualitário da promoção pessoal: o estudo. Como bem disse Carlos, "sem estudo, o ser humano não tem qualificação".
Muito mais que melhorar o currículo para o mercado de trabalho, as mudanças na mentalidade, a nova visão de mundo, a disposição para a busca pelo conhecimento são conquistas ainda mais importantes.

Anderson encara o momento como "uma nova página". Agora, ele se sente redator  da própria história e sente-se renovado por dentro. "É uma nova vida. Estou me sentindo uma criança". Todas essas conquistas foram na formatura do Programa para Educação de Jovens e Adultos (EJA) - turma 2011.

Quiçá, outras centenas, milhares de brasileiros consigam fazer como esses nossos heróis. Provavelmente, eles nunca vão se tornar pauta para o Jornal Nacional, mas isso não importa. Eles são agentes transformadores da nossa sociedade.
Concluo esta coluna parabenizando e agradecendo às famílias desses e de outros formandos. Sem dúvida, os filhos, cônjuges e demais familiares, que se posicionam como parceiros, são fundamentais para a conquista deles e para o bem da sociedade.

Não posso deixar de registrar e enaltecer também a todos os profissionais de educação que dedicam tempo e doam da própria vida em benefício de cada aluno. Não desistam nunca. Precisamos de vocês.

Amor explícito

O amor é um tema que está nos lábios, nos olhos, na mente, nos gestos, nas expressões de todo mundo. Se entendemos ou não o que é esse amor em suas múltiplas manifestações de pais e filhos, marido e mulher, namorados, amigos etc é assunto que dificilmente chegaremos a uma conclusão definitiva.
Por mais que já se tenha discutido sobre este assunto, tentado dar definições para o que é o amor, sempre teremos algo a aprender. Mas, desconsiderando as teorias sobre o amor, o que provoca nas pessoas, suas consequências sociais e outras questões, quero refletir sob a ótica de que o amor vem saturado de ação.
 
Por mais que se tente criar teorias para o amor, seu conhecimento só pode ser ampliado pela prática. Se observarmos as nossas relações, veremos que sempre precisamos fazer escolhas em favor de quem argumentamos amar. As decisões, com certeza, causaram algum impacto em nossas vidas quer seja de grandes ou pequenas proporções.
A pessoa que escolhemos para casar, por exemplo, nos faz abrir mão de hábitos e preferências. Procuramos sempre nos ajustar de tal forma a que as partes interessadas na relação não se aniquilem, mas alcancem uma complementação.

Quando amamos, passamos por sucessivos momentos de renúncia para alimentar o amor. Isso é amor em ação. O amor está sempre voluntarioso na prestação do serviço.
Não importa o momento, o dia, a hora, o lugar. Se amamos, as mãos estão sempre estendidas, os pés sempre ágeis para correr em socorro.
Jesus, o Mestre do Amor, sempre discursou sobre o assunto mostrando a voluntariedade da ação de quem ama. Isso é o que percebemos na célebre parábola do bom samaritano que socorre um cidadão desconhecido agredido por ladrões, paga e acompanha sua recuperação (Lc. 10:30-37).

Um dos textos bíblicos mais populares afirma que Deus deu seu Filho Unigênito para provar que ama o homem. (Jo. 3:16) Sendo assim, é de bom tom avaliarmos o quanto o nosso amor tem sido exercitado.
Quanto as pessoas que nos cercam sabem que as amamos? É comum optarmos para que as pessoas saibam disso pela dedução. Via de regra, somos explícitos nas coisas ruins. Nas expressões de insatisfação, nas palavras de ofensa muitas vezes.
Quando irados, falamos em alto e bom som para quem interessa e para quem não interessa também. Com as expressões de amor, temos a mesma postura de consumidores. Quando satisfeitos, falamos para mais um amigo (quando o fazemos).

Se o produto ou serviço dá algum problema, reclamamos, telefonamos, publicamos no Twitter, Facebook, falamos mal no almoço de aniversário, no jantar de Natal, na viagem de fim de ano. Quando não gostamos de algo, até aceitamos ir no aniversário da sogra para poder compartilhar a insatisfação.
Acredito que poderíamos mudar a postura. Não será brusca, mas pode ser gradual. Ou seja, podemos nos exercitar em exaltar mais as virtudes uns dos outros. Elogiar mais os acertos, minimizar os erros.
Já que estamos em época de Natal, felicitações de boas festas, cumprimentos, viagens, proponho que não deixemos as expressões de amor para a dedução.
 
Sejamos explícitos. Aniquilemos o medo de dizer que amamos. Abraços, beijos, compartilhamento de sonhos. Tenhamos disposição para chorar juntos, para rir. Encorajemo-nos a levar as cargas uns dos outros, a perdoar uns aos outros e, dessa forma, usufruirmos mais de todas as dádivas decorrentes da prática do amor.

Natal é prova de amor

Encarnação de Cristo foi evidência de amor divino

Foto: Manoel Pimentel Medeiros [clique aqui para visitar galeria]

O anúncio de nascimento com maior antecedência na história da humanidade foi o de Jesus, Filho de Deus. Isaías, conhecido como profeta messiânico pelo volume de profecias específicas sobre seu caráter e missão, anunciou o momento que o Verbo se tornaria carne com mais de 700 anos de antecedência.
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu: o principado está sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz." (Is. 9:6)
O apóstolo Paulo em sua carta direcionada aos cristãos na cidade de Roma escreveu algo interessante: "Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Rom. 5:8).
Entre tantas outras colocações do apóstolo, esta chama a atenção de forma especial, pois ele usa a expressão "prova o seu amor". Pensando friamente, podemos questionar: Deus, Criador de todas as coisas, teria necessidade de provar alguma coisa? Evidente que não!
Ele não deixaria de ser o Todo-Poderoso caso desistisse de enviar o Messias para morrer no lugar do homem levando seus pecados. Entretanto, vem dEle o exemplo máximo a nós –feitos à sua imagem e semelhança– para aprendermos que, se dizemos amar, não podemos fazê-lo apenas por palavras. 
João, conhecido como apóstolo do amor, muitos anos depois da carta aos romanos, escreveu: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade". (I Jo. 3:18)
O Natal é um momento do ano que deve nos conduzir a uma reflexão na prova máxima do amor de Deus de ter enviado a Jesus como ápice do plano de redenção. Não é sem propósito que o texto áureo das Escrituras revela: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo. 3:16)
Graças à expiação de Cristo não precisamos nos flagelar ou morrer no lugar de ninguém, pois ele fez isso por nós. Contudo, podemos sempre agir em favor de quem dizemos amar. Essa ação vai desde não se negar a prestar socorro em um momento de necessidade, até usar a fé que dizemos ter e orar em favor de quem dizemos amar.
Todo o processo da encarnação de Jesus, nascimento num estábulo, sua vida como homem do povo, sua vivência na cidade remota de Nazaré, sua profissão de carpinteiro e a realização de um ministério em que dizia abertamente ter vindo em favor dos excluídos dão ênfase no amor praticado e semeado em larga escala.
Isso credenciou o Messias a ordenar expressamente: "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.". (Jo. 15:12).

 
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