Eles estão morrendo, e nós olhando

De acordo com estudo feito pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em parceira com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e com o Observatório de Favelas, pelo menos um em cada 500 adolescentes brasileiros será morto antes de completar 19 anos.

O levantamento é baseado nas informações sobre jovens de 12 a 19 anos de 267 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Pela primeira vez foi calculado o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que mede a probabilidade de um adolescente ser assassinado. O cálculo prevê que 2,03 jovens em cada mil serão vítimas de homicídio.
Na prática, isso quer dizer que em um período de seis anos, entre 2006 e 2012, podemos totalizar mais de 33 mil jovens mortos. Sendo que a possibilidade destas mortes serem provocadas por armas de fogo, é três vezes maior na comparação com outras armas.


E daí? Normalmente, o que acontece é que diante de informações como essas o máximo que fazemos é nos impressionarmos com os números, virarmos a página do jornal ou clicar no próximo link e negligenciamos os fatos. Esquecemos que as estatísticas apontam para seres humanos. Gente de ossos, nervos, carne e pele iguais a qualquer um de nós. Embora os números sejam frios, eles falam de pessoas reais, que não são inferiores, menores ou incapazes.
Estes números apontam para o grande volume de sonhos que podem deixar de se concretizar. Falam (ainda que não ouçamos) dos inúmeros avanços sociais, tecnológicos e humanos que poderíamos viver se não perdêssemos estes jovens tão cedo e por motivos tão fúteis.


Morrem por causa da cor da pele ou do sexo. Despedem-se da vida, por causa do furto de um tênis, bicicleta ou jaqueta. Perdem a chance de projetar, construir, lutar, vencer, crescer como cidadão do mundo e como imagem e semelhança do Criador.
Enquanto morrem, nos perdemos em discussões inúteis, tão idiotas quanto os argumentos para defendê-los. Nos fechamos em um mundo medíocre que prefere condenar estes jovens a estender a mão e ao menos tentar ajudá-los.


Ainda há quem queira defender uma pregação monástica do tipo que jovem precisa estar única e exclusivamente dentro da igreja fazendo jejuns, orações e longe da TV, do campo de futebol, dos pontos de encontro da juventude. O que fazemos, de fato, para alcançar esta juventude com a boa notícia do evangelho de que Deus as ama e de que cada um pode ter um futuro muito melhor se dedicarem suas vidas a Ele?

Ao contrário de ficarmos apenas olhando a multidão de jovens sem perspectivas e darmos a cada um o veredicto de condenação, deveríamos dizer-lhes que, mesmo com o passado e presente deles manchado e destroçado, o futuro continua intacto e pode ser editado com um script de alegria, fé, esperança e amor.

Para que servem os amigos?

Certa vez Jesus estava pregando em uma casa e contava com uma grande assistência. Ninguém conseguia entrar tal a multidão que se aglomerava para ouvi-lo. Quatro homens que levavam um amigo paralítico chegaram nesta casa com a meta de colocá-lo na presença de Jesus para que ele fosse curado.

Ao chegar, viram que pela porta não seria fácil passar por causa da multidão. A alternativa foi colocar o doente diante de Jesus pelo telhado. Os quatro amigos puseram-se a arrastar o doente sob o leito, abrir um espaço no teto e descer o paralítico. É claro que o paralítico pegou a própria cama e saiu daquela casa não sendo mais carregado.

Mas, o que chama a atenção nesta história é que em um determinado momento da narrativa, o evangelista Lucas alerta para o fato de que Jesus observou a fé dos quatro amigos. Não foi apenas a situação de clemência do paralítico que mexeu com Jesus, foi também a ousadia e disposição daqueles homens que decidiram ver a mudança na vida de um amigo.

Inspirado nisso, afirmo que os amigos servem para isso: carregar cama. Como assim? Se somos amigos de alguém e o vemos deitado, sem forças, desanimado, querendo desistir de tudo e de todos, podemos e devemos ter a disposição de fazer algo por ele. Não podemos desistir de ajudá-lo no primeiro obstáculo.

Podemos e devemos encontrar alternativas para driblar as circunstâncias que parecem dizer não. Permaneça perto, mostre o quanto se importa, cuide das feridas. Leve-o ao encontro de Jesus. Exigirá esforço, persistência, ousadia. Mas valerá a pena, você verá o seu amigo saltando como uma criança.

Quanto vale um amigo?

Esse tema parece trivial e, no estresse do cotidiano, se tornou, para alguns, banal. Ouso dizer 'alguns' pra não ser pessimista e afirmar 'todos' ou 'a maioria'. Prefiro crer no belo e não me render ao feio. Contudo, reconheço que vivemos numa situação em que não temos ou não queremos ter tempo para os amigos.

Nunca podemos ligar, escrever, visitar. Nestes tempos de mais modernidade e tecnologia da informação, também nunca temos tempo para mandar um scrap no orkut, e-mail, torpedo, post etc. Na maioria das vezes que lembramos de alguém ou é por interesse pessoal ou por tragédia (alguém morreu, ficou doente ou sofreu acidente) e isso quando se importa de saber ao menos como curioso. Sejamos francos: temos sido péssimos amigos!

Esse tema da amizade é tão importante para a saúde mental e espiritual do homem que a própria Bíblia não deixou de registrar fatos importantes relacionados a isso. Citou, por exemplo, que Abraão, o grande patriarca dos hebreus, foi reconhecido como amigo de Deus. Jesus, falando aos 12 apóstolos, afirmou: "Já não vos chamo servos... mas chamei-vos amigos...". Salomão, também disse que "O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão."

Ora, sendo a amizade um tema tão nobre, vale a pena investir nela. Não quero ser utópico. Nem todos são amigos de fato, que o diga Jesus Cristo, traído pelo próprio tesoureiro! Mas, se nos fecharmos e nos privarmos de boas amizades por causa dos que foram traídos ou que nos traíram, que faremos? Vamos nos isolar do mundo? Tentar viver em um circuito fechado, restrito e patenteado com as pessoas de ligação sanguínea? Se respondermos sim a estas alternativas, estamos optando por viver fora das possibilidades que o Criador traçou para a vida do ser humano.

Por nos criar com necessidades de agregação, Deus nos dotou de capacidades para superar as dificuldades que surgem nos relacionamentos e criou no homem mecanismos na mente e no corpo que são curados, estimulados e revitalizados graças ao toque, ao sorriso e ao estender das mãos de um amigo. Por valorizar seus amigos, o próprio Cristo afirmou que dava a sua vida por eles. E você, o que aceita fazer pelos seus amigos? Não precisa morrer por nenhum deles, Jesus já fez isso! Mas, sugiro que ao menos diga o quanto eles são importantes na sua vida.

Profissão: Cínico

Se a fábula do boneco de madeira que crescia o nariz a cada mentira se tornasse verdade no mundo real, os cirurgiões plásticos teriam que fazer plantão para cortar e recompor o nariz de um número gigantesco de pacientes. Os mentirosos por profissão estão presentes em todos os setores da sociedade. A consequência desta presença maciça é o enfraquecimento das relações humanas e, pior, o apodrecimento da vida social.

As relações humanas se enfraquecem à medida que, por causa dos seguidores de Pinóquio, as pessoas estão se tornando cada vez mais desconfiadas umas das outras. Vivemos um clima de tensão em que o próximo é sempre ameaçador, uma vez que é difícil precisar quando está falando a verdade ou mentindo. Os equipamentos que emitem relatório sobre quando uma pessoa está ou não mentindo com base no tom da voz, expressão corporal e efeitos orgânicos não estão acessíveis à maioria de nós.

Normalmente, conseguimos discernir quando nossos filhos, ainda pequenos, estão mentindo. Isso já se torna mais difícil à medida que vão crescendo e aprendem métodos que permitem afirmar uma mentira como se fosse verdade com a mesma técnica de um ator em cena. Como o nariz não cresce e uma mentira bem contada acaba convencendo e parece se tornar verdade, quando muito repetida, o hábito de mentir vai se alastrando na sociedade enfraquecendo paulatinamente a confiança mútua.

A podridão geral é provocada quando aquele mentiroso sem grandes pretensões da infância, se torna o executivo, gerente, líder, corretor, vendedor, advogado, senador, deputado, vereador, prefeito, professor, padre, pastor, enfim, tantas outras funções e nos mais diferentes lugares.

Uma das características dos mentirosos que mais me chama a atenção é o cinismo. São tão bons nisso que chego a pensar na regulamentação da profissão "Cínico". Fazem jus ao rótulo de cara-de-pau. Minha avó dizia que ao se barbearem não cai pêlo, mas sim, pó de serra. Ela tinha razão. Um presente que lhe cai muito bem, a qualquer época do ano, é óleo de peroba para garantir a cara cínica sempre lustrada.

Ainda fico estarrecido com a capacidade que esta raça de víbora tem de subir em qualquer tribuna, ocupar qualquer microfone e vomitar mentiras com a naturalidade de quem toma água para qualquer grupo de pessoas. E, se alguém aponta-lhes as mazelas, adotam o discurso do 'coitadismo' e logo se apresentam como vítimas de perseguição, incompreendidos pela massa. A partir daí, não são eles os mentirosos, mas as pessoas que os cercam que não valem nada.

Se vamos ficar livres da mentira e do mentiroso um dia? Eu prefiro crer que sim. Ao menos a Bíblia, em seu último livro e capítulo afirma que não poderão participar da alegria eterna aquele "que ama e pratica a mentira" (Apoc. 22:15). Amemos e pratiquemos, pois, a verdade, para termos melhor futuro que estes miseráveis.

Café Tequila estreia a Balada Gospel na segunda

Flyer da programação disponível no site www.tequilagospellife.com.br

Se você acha que o único lugar para louvar a Deus é a igreja, se engana. O Café Tequila realiza, a partir desta segunda-feira (dia 13), a Balada Gospel. O evento contará com a presença de bandas de diversos estilos musicais, todos cantando a palavra de Deus. Na noite de estreia quem se apresenta são os  grupo de louvor da igreja Bola de Neve, banda Start e DJ MP7.

Segundo o produtor do evento, Adriano Cardoso, a ideia é mostrar aos jovens um estilo de vida diferente. "Nesse mundo de loucura, é possível curtir rock e reggae sem drogas ou outras coisas que desagradam os olhos", comenta. Ele ressalta que a região não conta com baladas desse tipo e acredita que a inovação vai ser sucesso. "A gente precisa desses eventos, pois eles são uma overdose de vida."

Canto para louvar
Para Carla Falsarella, vocalista do grupo de louvor da Bola de Neve, se apresentar fora da igreja é uma chance de quebrar paradigmas. "As pessoas que têm certa resistência em ir à igreja poderão conhecer o nosso trabalho", comenta. De acordo com ela, no repertório do show estão as canções "Tempo", "Salmo 91" e "Vaidade".

Já Lucas Lima Prudente Correa, vocalista da banda Start, frisa que as canções do estilo gospel mostram aos jovens uma vida longe das drogas e perto de Deus. "É um som que atrai porque não é cansativo." Ele adianta que entre as músicas que serão apresentadas na noite estão "Abre a Janela" e "Geração que Dança".

Na ocasião, não serão vendidas bebidas alcoólicas e cigarros. O evento começa às 20h e vai contar com um cardápio variado de sucos e lanches. Os ingressos custam R$ 10, com a doação de um quilo de alimento não perecível (exceto sal e açúcar). Quem não doar o alimento pagará R$ 15. O Café Tequila fica na Alameda dos Restaurantes, Bulevar Beco Fino. Mais informações pelo telefone (11) 4521-4031.

Publicada originalmente no Jornal de Jundiaí, caderno Agito, 10 de julho de 2009 

Pregar o “ter” não é evangelizar

Há uma confusão generalizada sobre o poder do evangelho que há muito tempo encontrou seu espaço no rádio, na TV e em inúmeros artigos publicados em jornais, revistas e disponíveis na Internet. Defino como confusão, porque existe um número exacerbado de pretensos arautos do evangelho dizendo que fé, salvação, perdão, prosperidade, amor, felicidade etc, tudo isso depende única e exclusivamente do quanto se tem na conta bancária e do quanto se dá para a igreja (e sempre aquela igreja que o 'santo' está propagando).
 
Isso confunde a quem ouve, mas na verdade, quem divulga este pseudo-evangelho não tem confusão nenhuma na cabeça. Sabem bem o que querem. O objetivo maior é encher os próprios bolsos às custas da falta de conhecimento do bom, doce, puro e verdadeiro evangelho.
Essa gente investe um tempo demasiado dizendo que, para provar que Deus está na vida de alguém, é preciso estar em condições de comprar o carro do ano, ter uma casa no campo e outra na praia, ocupar apenas as funções de presidente, chefe, diretor ou ser o dono do próprio negócio.

Se essas coisas acontecem, aí, sim, existe felicidade e se tem comunhão com Deus. Ora, se isso fosse verdade, quem anda de ônibus, paga aluguel e trabalha em funções menos pomposas, o Todo-Poderoso se esqueceu deles? Engraçado é que muitos dos que defendem isso são pessoas que ostentam seus carros de luxo, casas de alto padrão, roupas, relógios, jóias de grifes internacionais. Tudo vem explicado: 'Sou abençoado. Por isso tenho tudo isso'. E completam: 'Para você ser assim, doe com alegria, para mim!'.

Esse é o tipo de raciocínio que envergonha quem ainda tem vergonha para sentir. O evangelho verdadeiro, a evangelização que pensa no que o homem é e não no que o homem tem, anuncia o que disse Jesus Cristo: "Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33).
A aquisição de bens e riquezas é consequência natural de quem não tem medo de trabalho e sabe poupar. A possibilidade de somar bens tem uma dinâmica diferente na visão teológica. O próprio Cristo ensinou que quanto mais se dá, mais se tem. Deus, em sua bondade, se encarrega de dar prosperidade material e, sobretudo, espiritual. Contudo, o importante não é o quanto se tem, mas o quanto se vive a prática do amor que é o elo da perfeição. Portanto, o que realmente importa é 'ser' e, não, 'ter'.

 
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