Amigos secretos

Tomo emprestado o texto abaixo e dedico aos meus amigos. 

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Amigos secretos
Paulo Sant'ana, jornalista do Jornal Zero Hora - Porto Alegre -RS

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais
nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela e divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar,
embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem
o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente,
construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu [oro] pela vida deles. E me envergonho,
porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer … Se alguma coisa me consome
e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!  A gente não faz amigos, reconhece-os.


Obs: Esta mensagem é atribuída, erroneamente, a Vinicius de Moraes. 
Leia entrevista concedida à Revista Press, pelo próprio Sant'ana quando é mencionado este texto.


Feliz 2010

A imagem acima pode ser usada como papel de parede (Resolução 1024x768px)

Não importa se 2010 traz na bagagem dias de chuva ou de sol, dias de calor ou de frio. Não importa a quantidade de dias com grande popularidade ou de solidão completa. Não importa quantas auroras e quantos ocasos verei. Não importa se o tempo novamente será mais apressado que eu gostaria. Não importa se terei mais embarques e desembarques na estação da minha vida. O que importa é conseguir viver cada um desses dias como um aprendiz do amor. Aprendiz capaz de praticar, minimamente, o amor a Deus que entrega todos os dias de presente.

Desejo poder amar ao próximo que pode fazer cada um desses dias mais ricos, alegres, profundos e que pode, ainda, me ajudar a conhecer mais ao Criador. Isso porque por mais que a natureza fale do poder de Deus, não há meio melhor para aprender sobre Sua grandeza, misericórdia, bondade e amor do que olhando para o ser humano Sua imagem e semelhança. Feliz 2010!

Pressa para reconhecer o próximo

Como estamos no período de festas, decidi presentear-me o direito de falar. É claro que muita gente pode não gostar deste meu direito e, pior ainda, do que digo enquanto o exerço. Mas a discordância faz parte do processo de crescimento e aprendizado em qualquer situação.
Somente o Todo-Poderoso, Criador do céu, da terra, do mar e de tudo que neles habita é que tem o direito de não ser questionado sobre o porque fez isso ou aquilo, desse ou daquele jeito. Agora, quanto a todos os demais humanos, sejam eles o presidente da república, governador, prefeito, vereador, deputado, juiz etc, todos são passíveis de contestação e de contrariedade.

Aproveito o espírito natalino para ir além desta patifaria que nos metemos de reduzir a época ao mero consumismo. Não estou louco! Quando falo de patifaria, refiro-me ao comportamento ensandecido de buscar, a qualquer custo, ostentar um padrão que não se pode com ceias de Natal para regalar, confraternizações de ano novo para escandalizar, desfile de roupas carérrimas só para dizer que se está comemorando alguma coisa.

Muito mais do que correr como loucos de carro, moto, a pé, de charrete e até de jegue, o momento deve ser aproveitado para os balanços internos. Já que o globo terrestre se aproxima de novo ciclo, nós, os terráqueos, devemos olhar para dentro e avaliar o que andamos fazendo para fora.
Entendo que seja oportuno avaliar como está nosso comportamento como filho, pai, mãe, marido, mulher, aluno, colega de trabalho, patrão, funcionário, amigo, vizinho e tantos outros papéis sociais que desempenhamos ao longo de um mesmo dia. Pode parecer mórbido, mas gosto da recomendação de uma professora que costumava recomendar: "Se você morresse hoje, quantas pessoas sentiriam sua falta?"

Neste período, muito mais do que correr e comer, devemos pensar na importância que temos na vida das pessoas que nos cercam e que reconhecimento damos a cada uma. Pelos valores morais e espirituais que acredito, defendo e procuro viver, embora nem sempre seja fácil cumprir, gosto de construir o melhor relacionamento possível com um grupo de pessoas que cumpre papel fundamental no nosso cotidiano: os faxineiros.

São eles que garantem um ambiente de trabalho sempre limpo para garantir a nossa produção diária. Sem eles, o pó se acumularia, o lixo permaneceria no cesto, o banheiro ficaria fedido, o piso sujo, os vidros imundos etc. Geralmente, os funcionários dos escritórios nem sabe quem "deu um grau" no seu local de trabalho. Sugiro que neste período e ao longo de todo o ano, sejamos mais solícitos com estas pessoas.

 
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