Miséria democrática

Daqui a mais alguns dias teremos uma avalanche de informações, fotos, propostas, promessas, santinhos, bandeiras, jingles, jornais, revistas e tudo o mais que for lícito utilizar dentro do período de propaganda eleitoral.
Infelizmente, a maioria dos eleitores vai ignorar as zilhões de informações que serão criteriosamente elaboradas para veiculação  nos mais diversos meios. 

Algumas informações serão verdadeiras. As que apontarem  para o passado, em maior ou menor medida, deverão ser passíveis de comprovação quer pela tradição oral, quer pelas publicações dos períodos citados.
As informações que apontarem para o futuro terão que passar pelo crivo de um senso crítico aguçado. Além de sermos obrigados a pesar o quão verdadeiros e exequíveis são os tais planos e projetos de A, B, C, D etc precisamos, ainda, considerar a capacidade de realização daquilo que o candidato ou a candidata está propondo.
Neste momento, é muito fácil todo mundo dizer que vai fazer e acontecer. Jogar tudo para o futuro é cômodo. O que realmente importa é o que se pode provar que fez. 

Não é assim que acontece quando vamos procurar trabalho? O nosso currículo tem que ter cursos, escolaridade e comprovação mínima de experiência para a vaga que  nos propomos. Afinal, falar é fácil. Usando um velho clichê, difícil é provar.
Não custa lembrar que papagaio também fala. Ouso dizer que o 'papagaio' se modernizou e, para terror geral da nação, aprendeu a usar diversos meios na repetição de seus motes. 
A publicidade dos papagaios estará (ou já está) estampada em TVs, jornais, revistas, panfletos, perfis de redes sociais, boa parte desses falsos graças à falta de coragem da plebe.

Os conteúdos de quem tem coragem de se manifestar vale a pena ler, ouvir, ponderar independente de quem está se pronunciando. Afinal, como pessoas inteligentes, é lícito fazer tal qual recomendou o apóstolo Paulo na carta aos cristãos de Tessalônica: "Examinem tudo, fiquem com o que é bom" (I Tess. 5:16).
Nesse confronto de ideias está a riqueza do processo democrático. Ter posição clara, preferir o rosa ou verde é legítimo, correto e necessário. 

O que defino como miséria democrática é a prática recorrente de sair do público para o pessoal. Esta semana, mais uma vez, o mesmo imbecil anônimo de algumas semanas atrás (vide link) se manifestou falando sobre o artigo "Associações perigosas".
Desta vez, parece que meu modesto artigo incomodou ainda mais. O tom utilizado foi bem ameaçador. Chegou a dizer que eu deveria fazer um curso no Senai para poder "encher as mãos de calo" em uma metalúrgica.

Neste tipo de ataque fica explícito o preconceito do infame que vê na função dos metalúrgicos uma condição menor. Nada mais tosco. Se tivesse vocação para a metalurgia, com certeza estaria em condição financeira bem melhor do que tenho hoje.

Contudo, profissão se define por vocação e, para desespero de despeitados que se pronunciam anonimamente, tenho vocação de comunicador. Não concorda com o que digo? Respeito. Não me suporta? Azar. Continuo vivendo e celebrando a vida com meus amigos mais próximos ou distantes. Continuo me expressando e falando a leitores que nem conheço, mas por quem tenho prazer em elaborar cada artigo.

A manifestação recorrente do anônimo mostra a incapacidade de argumentação e a falta de coragem para se posicionar. Se eu, um discreto colunista, sem dinheiro, sem pompa, sem circunstância, viro alvo de ataque e ameaça não é possível acreditar que o lado defendido pelo meu oponente misterioso, seja ele qual for, tenha algum conteúdo que presta.
Se, por qualquer razão, os conteúdos giram em torno de ataques exclusivamente pessoais, seus autores não causam preocupação porque, no fim, são apenas incompetentes, vazios e irritadiços cuja visão está focada para um único orifício: o próprio umbigo.

Associações perigosas

Atribui-se a Sócrates, filósofo grego, a seguinte máxima: "Diga-me com quem andas e eu te direi quem és". Séculos depois, o apóstolo Paulo, o maior propagador do cristianismo depois de Cristo, escreveu aos complicados cristãos da cidade de Corinto, que "as más conversações corrompem os bons costumes" (I Coríntios 15:33).

Na última semana, a movimentação política em diversas regiões do país deram evidências contundentes da veracidade destes pensamentos.
Vou tomar como exemplo o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio, Fernando Haddad, pré-candidato a prefeito pelo PT em São Paulo, Rui Falcão, presidente do PT, o 'super' deputado federal Paulo Maluf, presidente do PP, Wadih Mutran, vereador na Capital que era um dos leões de chácara do ex-prefeito Celso Pitta (97 a 2000). Vixi! 


Se vivo estivesse, William Shakespeare, provavelmente, conseguiria escrever uma primorosa peça de tragicomédia na qual, nós, o povo seríamos representados por um palhaço. O roteiro da peça poderia ter a deputada Luiza Erundina (PSB) como uma heroína. Isso, porque, em qualquer história quer seja ela contada em livro, cinema, novela ou teatro, os heróis cumprem a função de salvar as vítimas de alguma desventura.


Embora não seja afeito ao espírito esquerdista de Erundina, desta vez, sua opção vai nos privar de ver um circo de horrores. A firmeza com que ela reagiu à associação entre Lula e Maluf na aliança pró-Haddad acende uma luz no fim do túnel de que no meio deste lamaçal ainda existe o mínimo de integridade.

Maluf, com todo seu sofisma, disse que esta aliança é por "amor a São Paulo". Fico sempre impressionado como o romantismo toma conta dos discursos desta ralé. Alguém vai me dizer que ralé sou eu. É verdade. Sou da ralé porque não tenho segurança particular. Sou da ralé, porque moro em casa que não tem sequer garagem, quanto mais jardim como o de Maluf. Sou da ralé  porque não posso assistir a um espetáculo teatral por R$ 70 o ingresso mais barato. 

O meu status na ralé é fruto única e exclusivamente da falta de recursos financeiros, ou se preferirem, do money, dinheiro, bufunfa, mérreis, cacau, faz-me-rir. Entretanto, não sou da ralé como Maluf e demais aloprados porque sou leal a princípios. Tenho, preservo e propago valores. Sentei com professores para aprender o que é moral e ética. Falando no populacho, tenho vergonha na cara. 

Acabo de intuir que a ralé tem categoria. Eu e alguns outros, estamos na categoria da ralé sem dinheiro. Mas há uma ralé abaixo dessa. A que não tem moral e sequer imagina o que seja ética. Por não terem moral, seus integrantes argumentam como verdade toda sorte de falácias.
Também é interessante que este tipo de gente só abre a boca em público para atacar aos seus oponentes. Ninguém, absolutamente ninguém, faz nada que presta. Só ele. 

O apedeuta do Maluf está dizendo, agora, que no governo dele quem tinha medo era bandido e não cidadão. Dito assim, parece mesmo que ele era o melhor. Mas, se tivesse governado de verdade para o bem de todos, o que ele prega ser o melhor estado de segurança pública teria perdurado e não sucumbiria com sua saída. 

Contudo, se ele se orgulha do que diz ter feito por segurança, o que pode dizer que fez pela educação? Francamente, focar em segurança e não se preocupar com o que acontece todos os dias nas salas de aula não comprova preocupação com o cidadão, tampouco com o seu futuro.

Quem governa para o bem, tem vistas em um futuro para todos e não para si. Quem governa para todos, abre mão de louvores e honras para colocar as pessoas, e não o amor ao poder, em primeiro lugar. Dito isso, é fácil entender porque Lula, Maluf, Haddad e tantos outros por aí  afora se combinam, se aliam, se misturam. Na verdade, são igualmente podres.

Prateleira eleitoral

Gostaria de falar sobre flores, mas, infelizmente, sou forçado a falar de ervas daninhas.

Há algumas semanas citei o uso e abuso que será iniciado do que denominei como "prateleira da corrupção".
Os produtos dispostos nesta prateleira serão mercadejados por politiqueiros e eleitores, ambos, pseudo-cidadãos que aparecem com máscaras de políticos e de gente honesta.

Na prateleira estarão produtos como: benefícios do bolsa família, caminhão de água, cal, cimento, bloco, areia, pedra, caminhão de mudança, remédio, ônibus, cargos públicos, entre outros.
A moeda de troca para todos estes 'produtos' e serviços será, para infelicidade geral da nação, o voto. De norte a sul do País, de leste a oeste da antiga Terra de Vera Cruz, a democracia será submetida a novos golpes.

Apesar da evidente amargura com que escrevo isso, ainda tenho uma centelha de esperança que, apesar dos golpes, o tal sistema democrático de direitos está em processo de consolidação.

Meus olhos, reconheço, não verão o que sonho. Devo morrer acreditando, no entanto, que minha semente poderá viver em uma sociedade composta por pessoas que não buscarão favores individualistas e mesquinhos, mas que olharão para o seu contexto e farão escolhas que sejam, de fato, melhor para a coletividade e não para si.
Pois é. Como alguém já disse: "sonhar não custa nada", pelo menos ainda. Não custa em valores financeiros, mas, sem dúvida, custa valores morais. Custa energia. Custa dedicação. Custa forças.

Felizmente, assim como eu, ainda existem outros milhões de arautos e guerreiros que empunham suas armas não para matar, mas para garantir vida, não para suprimir do mais pobre, mas para repartir o que é direito de todos. 
Não sei quantos são, nem onde estão. Contudo, alimento-me da esperança de que eles existem. Podem não ser vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, ou qualquer outra função pública. O que importa é viver plenamente o rótulo de "ser humano" e agir como gente. 

Gente que olha horizontalmente e não verticalmente para o próximo. Gente que não tenta passar à frente de ninguém em qualquer que seja a situação. Gente que sempre se coloca no lugar do outro. Gente que trata como quer ser tratado. 

Enquanto esse tipo de gente não é maioria, vamos sofrendo juntos os resultados das escolhas de quem compõe a maioria. Como a prateleira eleitoral e toda sua podridão é tão bem frequentada, vemos um noticiário que se movimenta graças às nossas próprias mazelas.

Alguém irá dizer: 'mas que culpa tenho eu?'. Somos culpados quando votamos em quem nem bem sabemos quem é. Somos culpados quando deixamos de votar também. Somos culpados quando nos omitimos. Somos culpados quando nos calamos. Somos culpados quando não temos o menor interesse em saber o que e como nossos 'representantes' estão atuando.

Enquanto uns optam por fugir, outros, os piores agentes sociais possíveis, ocupam os espaços. Estão errados? Não. Eles apenas estão impedindo que as cadeiras fiquem vagas. Isso se chama oportunismo.
Vale lembrar, que como o balcão da subserviência e ignorância eleitoral é tão popular, não adianta reivindicar depois.Se o vereador, deputado, senador e companhia ilimitada dá um jeito de se aproveitar, ele está apenas compensando os milheiros de blocos, os metros de areia, os litros de gasolina gastos com as caronas até as sessões eleitorais, porque o "boneco" não podia ir com as próprias pernas.

Ora, quem se elege às custas destas mesquinharias não está fazendo nada mais do que reproduzir o comportamento daqueles que os elegeram. Embora a democracia sofra seus golpes diários, concluo com a esperança de que o cidadão de verdade tem boa memória e não está à venda.

Homenagem pelo Dia do Pastor - 2º domingo de junho

Via de regra, infelizmente, costumamos medir as massas pela régua do mau e não do bom. Isso é fato nas mais diversas esferas de relacionamento e grupos sociais. Um novo líder em qualquer núcleo social, por exemplo, sofre retaliações por parte de sua equipe só porque o seu antecessor foi infeliz em algumas atitudes. Essa transferência de julgamento é danosa, mesquinha e acaba reduzindo àqueles que a adotam a uma situação ainda pior à da pessoa que alegam se diferenciar e elevar.

O mesmo acontece com a figura do pastor. Infelizmente, quem tem visibilidade não são os que conduzem as suas vidas conforme os princípios defendidos no evangelho. Pelo contrário. Embora os maus pastores sejam minoria, eles têm publicidade de graça. Estampam capas de revistas, ganham inúmeras postagens em blogs e sites, milhares de comentários perfis de redes sociais e tudo o mais.
 
Entretanto, a grande maioria que cumpre com excelência o seu chamado é ignorada, e pior, injustiçada sendo associados, igualados e condenados tal qual os que maculam a função. Se somos tão equilibrados e argumentamos tanta justiça em nosso senso social, o mínimo que devemos fazer é dar honra a quem tem honra.

Por isso, fica o convite para que neste dia do pastor, 2º domingo de Junho, dediquemos aos nossos pastores não meras palavras de elogio, mas, sobretudo, orações de agradecimento ao Senhor pelas suas vidas. 
O que fazer com os defeitos? Agradeça por eles também, pois mesmo com isso é possível aprender. Afinal, quem é perfeito senão o Senhor. Ou você já está em um estágio que poderia ser arrebatado em uma carruagem de fogo como Elias? Acredito que não. O pastor Izaías Machado da Silva, da Assembleia de Deus - Bom Retiro, de Jundiaí postou no Facebook uma mensagem que reproduzo na íntegra:

"SER PASTOR é, em primeiro lugar, ser humano. O pastor é uma pessoa comum que vive os mesmos dilemas de qualquer pessoa. SER PASTOR é viver a vida com graça e manifestar a graça do Senhor a todas as pessoas. SER PASTOR é ter a consciência de que foi escolhido por Deus, é fazer parte do grupo que desiste dos seus sonhos profissionais e de sua carreira para sonhar os sonhos que o Senhor traçou para sua própria vida. 
SER PASTOR é ser mensageiro de Deus, anunciador das boas-novas. É ser uma voz que clama no deserto. SER PASTOR é ser guia. É chorar em silêncio, é sofrer sozinho, é ser alguém que tira forças de onde muitas vezes parece que já não existe nenhuma para poder fortalecer os que em sofrimento lhe procuram. 
É ser consolado pelo consolo e conforto que vê que promoveu na vida dos seus irmãos. É alegrar-se na vitória daqueles que ele tanto ama. Enfim, SER PASTOR é fundamental e acima de tudo, é ser um cristão salvo pela graça do Senhor Jesus. É alguém que compreendeu que sua vida não faz sentido sem a comunhão e intimidade com o Senhor e com a sua igreja. Minha maior alegria é ter você como irmão e amigo em um mundo tenebroso, onde nossa esperança é um dia poder estar juntos eternamente ao Lado de Deus."

O profeta Jeremias escreveu: "E dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência." (Jeremias 3:15). Hoje, e até que Jesus volte, vamos continuar agradecendo ao Senhor porque Ele, de fato, apesar de não merecermos, continua cuidando do Seu povo e provendo à Sua igreja com os seus obreiros. 
Oremos, ainda, por aqueles que já estão na olaria do Senhor sendo forjados para o pastoreio. Afinal, a promessa vem do Senhor: "Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja." (1 Timóteo 3:1). 

Deixo aqui meus singelos agradecimentos aos pastores que atenderam ao chamado do Senhor da Vinha e acreditaram que podiam dar as suas vidas uma utilidade tão suprema que sequer pode ser mensurada nesta vida. Somente na eternidade poderemos saber quão grandes coisas fez o Senhor por intermédio de suas vidas. 

Parabéns, pastores. Nestes tempos modernos, quero ser específico no gênero e dizer também "Parabéns, pastoras!". Ignoro aqui toda e qualquer divergência quanto ao que discutem sobre legitimidade da função. Estamos muito distantes do posto de "Donos da Obra".

Por isso, a todos os pastores e pastoras, quer estejam nas igrejas frequentadas por 1 mil, 3 mil ou 10 mil pessoas, quer apascentem pequenos rebanhos com 10 ou 30 ovelhas. Quer estejam nas metrópoles mais ricas, quer estejam nas aldeias mais distantes. Quer andem em carro de luxo, quer visitem ovelhas a bordo de uma bicicleta. Quer tenham formação pentecostal ou tradicional. Quer estejam na Assembleia de Deus, Presbiterana, Batista, Metodista, Luterana, Quadrangular, Renascer, Mundial ou qualquer outro nome.

Que a vida e família de cada um seja continuamente motivo de honras e glórias ao nome daquele que vos chamou, capacitou e comissionou. A Deus seja a glória.

Efeitos da presença de Jesus

Após um trabalho de muitas entrevistas para a elaboração de alguns perfis, fui sendo surpreendido diante de cada entrevistado. Este trabalho desencadeou algumas reflexões sobre nossos currículos espirituais. Em um currículo convencional as informações que são importantes e que causam diferencial para o candidato a uma vaga são as de formação (graduações e/ou cursos de qualificação) e a experiência, sendo que, a depender da ocupação esta última se torna mais preponderante.

Currículo espiritual
Na vida espiritual, nosso currículo tem o marco de antes de Cristo e depois de Cristo. Esse divisor de águas nos integrou na comunidade dos salvos, nos tirou das trevas para a luz, da perdição para a salvação, da ruína para a edificação. Se entre os homens é necessário o registro de nascimento no livro do Cartório Civil, quando nascemos da água e do espírito também ganhamos registro no Livro da Vida: "alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus" (Lc. 10:20).

A partir da entrada de Cristo em nossas vidas, passamos a ser bem alimentados, porque Ele é o Pão da Vida: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo. 6:35). Não mais temos sede, porque Ele é o manancial de águas vivas, o único que pode dizer no último dia de uma celebração nacional, "Se alguém tem sede, que venha a mim e beba" (Jo. 7:37).

Ele nos dá a confiança de que não somos mais inimigos de Deus, pois através dele fomos justificados e reconciliados "portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não  andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (Rm. 8:1).

Com Cristo em nossa história, gozamos de confiança que não se abala. "Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!" (Rm. 8:38, 39)

A edição do currículo
Quando nos aproximamos do Senhor, estávamos desacreditados por todos. Ninguém pagaria um centavo pela nossa vida, mas Ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo já havia derramado todo o seu sangue pelo qual somos purificados de todo o pecado. Ele já havia se apresentado em nosso lugar para sofrer a ira de Deus por todos os nossos pecados. 

O Filho Unigênito que entregou a vida de sua própria vontade, ninguém tomou dele: "Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai" (Jo. 10:18). "Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt. 20:28)

Quando nos aproximamos dele, estávamos mortos, cheirávamos mal por causa do pecado. Não tínhamos perspectiva. Passávamos a vergonha da nudez espiritual. Sofríamos o descrédito dos familiares, dos amigos e da sociedade em geral. Mas um dia tivemos contato com aquele que nos dá a água que mata a nossa sede para sempre. Fomos abraçados pelo Oleiro. O mesmo que "conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó" (Salmo 103:14).

No processo seletivo alguém queria o carimbo de condenado, derrotado, desgraçado, pobre, cego e nu, mas o Rei da Glória deu selo contrário. Como escreveu o apóstolo Paulo "fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Ef. 1:13), Ele nos carimbou como sua propriedade e absolveu dos nossos pecados, nos fez vencedores, bem-aventurados, prósperos, com visão da glória e trajados com vestes de louvor.

Tudo isso porque "o SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos,  assim o SENHOR se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura  e sabe que somos pó" (Salmo 103:8-14)

Novidade de vida
Só tem capacidade de implantar mudança, aquele quem tem capacidade para fazer. Por isso, só Deus tem poder para nos transformar, porque pelo Seu poder nos fez. Só Jesus tem este poder de transformar tudo para melhor, porque foi Ele quem nos fez. Ninguém acreditava em nós, mas caiu como uma luva a expressão de Jesus: "Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." (Mt. 19:26).

Nossos perfis antes de Cristo, de fato, não inspiravam esperança. Somente um garimpeiro experiente tem condições de discernir a pepita de ouro no meio da lama. E Ele, o nosso Senhor e Rei, nos identificou no meio do lamaçal e trabalhou para garantir nossa lapidação.

O endemoninhado gadareno - das trevas para a luz
Quando nos encontramos com ele estávamos como o endemoninhado gadareno: violentos, com desequilíbrio mental, familiarizados com os túmulos, dominados pelos espíritos malignos que nos levavam a fazer coisas horrendas. Depois do contato com Cristo, a libertação espiritual era inevitável, o choque social foi alarmante a ponto de saírem correndo para entender o que tinha acontecido com os porcos e com o homem que morava nos túmulos. "E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram." (Mc. 5:15). 

Zaqueu - da injustiça para a retidão
Pelas mudanças oriundas da presença de Jesus, aprendemos que não podemos levar vantagem, desviar dinheiro, fazer caixa dois, como fazia Zaqueu. E, ao contrário do que o inimigo das nossas almas diz, gente que preza pela ética, que não nega os valores tem valor, sim, é reconhecida, sim. Se não pelos homens, com certeza, por Deus. Entre as mudanças que Jesus provocou em nós, ele nos ensina a não sermos pessoas que buscam a satisfação da própria vontade a qualquer preço.

Todos os dias somos motivados fazer escolhas que contrariam nossos valores espirituais com a justificativa de que 'quem não presta', isto é, aquele que age mesquinhamente, tem mais importância e reconhecimento. Mas a despeito de todas as afirmações saturadas de pecaminosidade, as atitudes daquele que tem a sua vida transformada e moldada por Jesus causam efeitos de curto, médio e longo prazos em todas as esferas no plano material e no espiritual servem como dinamite para implodir as fortalezas da maldade.
Já tivemos nossos dias de Zaqueu, mas quando Jesus nos recebeu e passou a morar em nossa casa descobrimos que melhor coisa é dar do que receber. E ouvimos da boca do próprio Redentor que "o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc. 19:10). 

O exemplo de Bartimeu - livre da cegueira
Assim como Bartimeu, nós por muitas vezes tínhamos pedido ajuda a pessoas que não podiam fazer nada por nós. Tal como ele, havíamos nos condicionado à marginalidade social. Acatamos a condição de mendicantes sem reconhecermos a riqueza do nosso Deus rico em perdoar. Até que um dia nos pusemos a clamar. Nossas bocas não expressavam claramente, mas a alma gemia, clamava por socorro. Assim, meio sem jeito, em dúvida se o Autor da Vida poderia mesmo nos ouvir, ficamos sabendo que Ele mandou nos chamar.

"Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora." (Mc. 10:49-52)

Dois discípulos a caminho de Emaús - livres da desilusão
Algum dia estávamos como os discípulos no caminho de Emaús. Tristes, cabisbaixos, com um vazio inexplicável. Tal como eles, tínhamos vivido um momento de euforia, expectativa de que o Messias era realmente a esperança de redenção. Contudo, afirmações contrárias acerca de sua personalidade chegaram a nos fazer esmorecer a esperança. Migramos da esperança para a desesperança. Talvez tenhamos dito como Cleopas e o companheiro: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam." (Lc. 24:21). 

Mas, de repente, o companheiro de jornada apareceu no meio do caminho e começou a conversar conosco. Com uma serenidade, doçura e poder inexplicáveis, mas perfeitamente perceptíveis Ele começou a se revelar a nós. Começou a contar segredos sobre seus planos para nossa história. Começou a deixar claro, patente aos nossos olhos que Ele é, sim, Senhor acima de todas as coisas, que tem todo o poder nos céus e na terra. Ele foi fazendo tudo isso das mais variadas maneiras.

Aos discípulos de Emaús foi numa longa conversa no trajeto de 12 km entre Jerusalém e Emaús. Para nós, foi no livramento de um acidente de carro, foi na cura de uma enfermidade, foi na perda de um ente querido, no louvor ministrado por uma criança. Ele estava falando conosco e aquecendo os nossos corações. Até que dissemos como os discípulos de Emaús: "Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina". 

Pronto. Quando fizemos isso, fizemos Jesus entrar, sentar e ceiar conosco um mundo novo se abriu diante dos nossos olhos. "E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?"(Lc. 24:30-32).

Uma nova história
Você que, porventura, sente-se escravizado por uma opressão maligna que te priva os sentidos como o gadareno; você que se engana com as riquezas deste mundo como fazia Zaqueu; você que está cansado de ficar à beira do caminho; você que se deixou vencer por decepções, tristezas provocadas por quaisquer motivos, neste momento o Senhor está batendo à sua porta. Ele quer entrar, sentar e partir o pão. 

As próximas páginas de sua história terão a possibilidade de ser escrita não mais com lágrimas de amargura, mas de alegria. Seu currículo vai ser apresentado diante de todos na eternidade como um daqueles que lavou as vestes no sangue do Cordeiro.

"E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima." (Ap. 7:13-17). 

18 anos em Campo Limpo Paulista

Hoje, 1º de junho, comemoro meus 18 anos em terras paulistas. Às 17h30, de 1º de junho de 1994, uma quarta-feira, enquanto o trem da CPTM estacionava na Estação Campo Limpo, e os estudantes do XV desciam o viaduto com o antigo uniforme azul (ainda bem que mudou) eu e meu irmão Abimael descíamos a avenida Adherbal da Costa Moreira a bordo do caminhão de mudança com meia dúzia de cacarecos que trouxemos do interior da Bahia. Ao longo destes 6.575 dias tive muito o que chorar e sorrir, perder e ganhar, entrar e sair.

 

Em tudo isso, aprendi, cresci, amei, fui amado e, embora não odeie ninguém, tenho muito claro que sou odiado ou, para amenizar, não desejado. Não tem problema. Os inimigos são os grandes agentes de propaganda pessoal. No frigir dos ovos, quem se constitui como rival, seja lá por qual razão for, são perfeitamente ignoráveis e irrelevantes posto que os amigos, colegas, parceiros, aqueles que se dispuseram a rir e chorar junto comigo, estes, sim, fazem diferença e contribuíram para forjar o que sou hoje.

 

Embora tenha chegado à cidade por causa de uma igreja evangélica em particular em função do pastorado exercido pelos meus pais, Deus me presenteou com o privilégio de ultrapassar os limites de uma única igreja e manter comunhão com pastores e irmãos de muitas outras denominações com os quais pude ser forjado espiritualmente. Hoje, sem medo de ser herege, tenho relacionamento respeitoso com pessoas de diversas religiões, isso, para mim, é um privilégio.

 

Contribuição social

É bom chegar nesta "maioridade" campo-limpense com a tranquilidade de que não uso sequer uma mão inteira para relacionar os oponentes, mas não teria condições de relacionar todos aqueles que Deus me deu como presente. Ao longo dos anos, a galeria foi crescendo com colegas do curso de Magistério no XV de Outubro, onde estudei em 1994. Também tenho os ex-alunos da Power Byte Informática onde atuei de setembro de 1997 a início de 1999 e depois de novembro de 2000 a fevereiro de 2008.

 

Sinto-me privilegiado, ainda, por ter a possibilidade de contribuir com a sociedade como servidor público municipal desde março de 2002. Falar a um público muito maior que eu mesmo jamais imaginei através da coluna no Jornal O Pêndulo também é uma honra que eu não havia arquitetado e que já se mantém desde fevereiro de 2006.

Não custa lembrar que, na surdina, quando fui candidato a vereador no pleito de 2000, somei 120 votos! Pouco agora, mas uma soma respeitável para quem só tinha 6 anos de domicílio.

 

Em 18 anos, vi a sucessão de três prefeitos: José Roberto de Assis (1993 a 1996), Luiz Braz (1997 a 2000 e 2001 a 2004) e Armando Hashimoto (2005 a 2008 e 2009 até a presente data). Vi a mudança do legislativo de 15 para dez cadeiras. Vi a cidade mudar de cara e, mais importante, vi e vivi uma cidade que já deixa longe o passado sanguinário com o assassinato de dois prefeitos: Adherbal da Costa Moreira e Mitiharu Tanaka. Hoje, atuo em uma Campo Limpo Paulista progressista, guerreira, sonhadora e, mais importante, realizadora. Bem pode ser que não esteja na velocidade que eu quero, mas está no ritmo que eu preciso.

 

Aqui, conquistei minha primeira graduação como Jornalista pela Faculdade Campo Limpo Paulista. Foi relativamente tardia, considerando a tenra idade dos meus colegas. Mas tenho certeza que veio no momento certo, tanto pelo que eu já tinha desenvolvido como ser humano, quanto pelos colegas com os quais pude concluir a jornada.

 

Recordo-me que quando meus pais anunciaram a mudança para a cidade, fui procurar por ela no mapa geo-político. Adivinha? Não encontrei! Mas hoje, a realidade é outra. Vi a cidade ser inserida no mapa, nem que seja no Google! E sei que estou numa cidade que com apenas 47 anos já deu saltos muito maiores que outras tantas mais velhas ou com a mesma idade. Sem dúvida, esta participação na gestão pública contribuiu para que minha verve política ganhasse forma, tomasse corpo e esteja cada vez mais consolidada.

 

Família

Aqui por esse chão vi nascer quatro dos cinco sobrinhos. Só um nasceu em Ilhéus/BA, Abner, o primeiro e a quem tive a honra de atribuir o nome no dia 21 de maio de 2004. Mas em agosto do mesmo ano, com apenas três meses fui buscá-lo no "entroncamento do mundo" que conhecemos como Tietê. Pois é. Acho que já posso usar a máxima: "estou ficando velho".

 

Risco a correr

É, mesmo eu estou surpreso por fazer esse flash-back. Estou só com a ponta do iceberg e já "escrevinhei" tanto! Como não consigo elencar aqui as centenas de pessoas que contribuíram para forjar o que sou hoje, vou citar alguns apenas a título de representatividade. Faço-o assumindo o risco de receber alguma reclamação por não citar alguém, mas é uma opção retórica e representativa.

 

Para agradecer aos funcionários da Prefeitura, elenco meus pares Patrícia Iglesias Bürger, Ândrea Busch, Soraya Bistene, Viviane Rodrigues, Alexandre Caldeira Duarte, Jean Carlo Cunha, Amanda Sousa, Glaucia Bernardo e Conrado Guin. Em nome deles, com quem convivo muito diretamente, agradeço aos que dispensam algum carinho, desde faxineiros a professores, diretores de escola, diretores de departamentos, coordenadores e secretários. Agradeço, também, até àqueles que me pintam como um terror (eu sou mesmo) e, por isso, me evitam.

 

Pela Power Byte cito Arlen Wander Inácio e Willian Roger Milani Silva. No meio jornalístico fica minha citação a Odimar de Oliveira e Marli Rubin de Oliveira com quem já tive "paus fechados" quando trabalhei como diagramador do Jornal Folha da Cidade, atual Jornal da Cidade. Contudo, em todo barraco há sempre um saldo de aprendizado. Ainda pelo meio jornalístico preciso mencionar o ex-editor do Pêndulo, José Maurício dos Santos e os proprietários Maria Helena e Nilceu Garbin.

 

Cabe menção carinhosa também à equipe da Gráfica ArtGraf para quem pude prestar serviços durante o ano de 2005. Uma experiência enriquecedora que agradeço na pessoa de Izaías Cavallari.

 

No meio eclesiástico apelo para a figura do pastor Waldemir Campos Rocha, da Assembleia de Deus - Ministério Perus, ex-presidentes do Conselho de Pastores que, embora não esteja atuando em Campo Limpo Paulista é uma figura que em muito contribuiu para me forjar como cristão. Recorro, ainda, a pastores e líderes como Sebastiana e Elias, da Igreja Liberdade Cristã, pastor Joilson Pinho, da Vida Abundante, pastor Celso Fernandes, que era da Primeira Igreja Batista, pastor Wilson Caetano, da Sopro Divino, Adão Augusto, da Chamas Para Deus, Antonio Pinto, da Igreja de Deus, André Carelli, da Bíblica da Fé, Edson Vieira, da Bálsamo de Gileade e, finalmente, ao pastor Gildo Martin, da Quadrangular. Em nome deles agradeço a todos os demais que não consigo citar aqui.

 

Bem, a essa altura do campeonato, num exercício bem narcisista, digo "parabéns" a mim mesmo e "obrigado" a todos que Deus me deu como presente e, claro, "muito obrigado" ao Supremo Senhor por me dar a certeza que está no controle de tudo inclusive da minha modesta vida.

 
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