Um presente diferente

A doação de si mesmo é um presente melhor que muitos bens
 
Há mais de 90 dias somos bombardeados pela TV, Internet, rádios, jornais e revistas com informações de uma crise econômica em escala que se assemelha ou chega a ser pior do que a de 1929. Temos governantes de nações do velho e do novo continentes de cabelos arrepiados, ou caindo, em busca de alternativas para o que os economistas não sabem se chama de depressão, recessão ou apenas desaceleração do consumo.

 

Nestes momentos, sobram argumentos, faltam explicações e abunda um ar de pânico, terror, aflição. Temos empresas demitindo em grande escala, montadoras de automóveis ameaçando fechar, indústrias antecipando as férias coletivas, enfim, o quadro parece um convite ao desespero. Pra piorar a situação, tudo isso acontece em um momento em que muita gente já estava pensando nas festas de fim de ano, nos presentes, nas viagens, nas ceias fartas, nos dias de ócio bebendo, comendo e dormindo.

 

Os comerciantes já se queixam que os estoques –montados com a esperança de lucro com o Natal– parecem não querer esvaziar. Os possíveis compradores estão do outro lado da vitrine coçando a mão pra enfiar no bolso, arrancar a carteira, passar o cartão de crédito ou o cheque. Mas, a carteira não está tão bem assim!

Muitas vezes, por termos o dinheiro contado que garante o básico como comer, vestir, calçar e abrigar-se do sol e da chuva, nos pomos a lamuriar. Parece que o mundo se acaba por não podermos comprar a roupa nova para o fim de ano, o presente caro que os filhos pediram ou por ter que esperar para fazer a viagem dos sonhos.

 

Por deixar o clima de crise tomar conta das nossas mentes e corações, parece que deixamos de ser gente, temos menos importância no mundo por não estarmos com sacolas cheias no fim de ano. Quem sabe esta não seja uma boa oportunidade para mudarmos alguns conceitos sobre o que é o Natal? Teremos que reduzir os valores dos presentes ou até mesmo não comprar nenhum. Mas, isso não impede que filhos, a pessoa amada, amigos, colegas de trabalho recebam um abraço carinhoso, repleto de gratidão e amor pela parceria que cada um proporciona ao longo da vida.

 

Este poderá ser um Natal diferente, se percebermos que ao invés de coisas palpáveis, bens fúteis, dádivas passageiras, descartáveis, nosso próximo está precisando um pouco mais de nós mesmos. O Natal só é celebrado no mundo cristão por causa de Cristo que doou a si mesmo pela salvação do homem. Podemos estar em um momento de crise financeira, com escassez de dinheiro, mas não deixamos de ser pessoas dotadas de grandes riquezas que o consumismo gratuito nos impede de compartilhar. Por isso, proponho um Natal diferente no qual o maior presente seja a doação de si mesmo.

 
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