A terceira idade e a juventude

Jovens e idosos podem se complementar ao invés de rivalizar

Neste 1º de Outubro comemora-se mais um Dia Nacional do Idoso. A data é uma boa oportunidade para refletir sobre algumas questões em torno do tema.
A população de idosos no Brasil vem crescendo consideravelmente. O avanço da medicina, com a produção de remédios que garantem uma longevidade cada vez maior e melhor aos idosos é um dos fatores para este fenômeno social.
Outra variável que tem contribuído para aumentar a expectativa de vida dos nossos idosos é o cuidado com a saúde por iniciativa deles mesmos que já se propõem à prática de exercícios e acatam as dietas sob prescrição médica com menos resistência.

Embora alguns ainda insistam em serem teimosos como uma mula empacada e chegam a dizer: 'médico não sabe de nada!'. Haja cabelos para se arrancar!
Cabeças-duras à parte, independente dos fatores que contribuem para que tenhamos o privilégio de conviver por mais tempo com nossos idosos, há muito o que se fazer com e por eles.

Infelizmente, o aumento da população de idosos já repercute com sinais de alerta de grande intensidade. Isso porque, lamentavelmente, muitos deles ao perderem a mobilidade, ao se tornarem mais dependentes de filhos, netos e bisnetos acabam por receber desprezo e, em não poucos casos, até abandono como retribuição.
Como cidadãos com o mínimo de consciência, devemos ter sempre atenção para os casos de maus tratos e violência que, eventualmente, podemos identificar na vizinhança.

No meu romantismo poético, acredito que não deveríamos ter este tipo de problema social. Forjados com valores judaico-cristãos poderíamos viver em sociedade com atitudes individuais e coletivas que não maculassem a imagem e memória dos nossos idosos.
O grande legislador Moisés registrou um mandamento divino que é incisivo no tocante ao tratamento dos idosos: "Fiquem de pé na presença das pessoas idosas e as tratem com todo o respeito" (Lv. 19:32 - Linguagem de Hoje)
Ora, se a simples presença de um idoso merecia a honraria de que os mais jovens se levantassem diante deles, presume-se que os mesmos além de honra recebiam o cuidado e atenção que precisavam receber.

O livro de Provérbios, compilado pelo sábio rei Salomão, afirma o seguinte: "A beleza dos jovens está na sua força, e o enfeite dos velhos são os seus cabelos brancos. Uma vida longa é a recompensa das pessoas honestas; os seus cabelos brancos são uma coroa de glória." (Pv 16:31; 20:29).
Embora os textos estejam registrados na Bíblia, um livro adotado apenas pelos cristãos como regra de fé e prática, os princípios acima são válidos para qualquer grupo religioso, de qualquer geração e em qualquer grupamento social no globo terrestre.
Argumento sempre que as gerações precisam buscar o equilíbrio se quisermos assegurar o bem-estar social para o maior número possível de pessoas.

Quando os mais jovens ouvem os mais experientes, além da dádiva permanente do aprendizado –um benefício para si–, eles beneficiam direta e intensamente ao velhinho ou velhinha que se sente útil ao compartilhar suas experiências.
Por muitas vezes, ao invés de tentarmos nos complementar e, com isso, enriquecermos mutuamente, optamos pelo fechamento em gueto, a famosa panela. Temos a panela dos mais jovens, a dos de meia idade e a dos 'velhos'.

À revelia do que o Criador planejou, preferimos nos chafurdarmos no desconhecimento juvenil e, muitos idosos talvez por decepção, cansaço ou mesmo por má vontade, não se dispõem a compartilhar suas experiências.
Reconheço que posso estar sonhando, talvez delirando ou defendendo uma utopia, mas como jovem que ainda sonha, preciso alimentar-me desta esperança. Quem sabe se eu viver até minha velhice algo disso seja realizável?

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