Como me desejar feliz ano novo: com muito dinheiro

Muito provavelmente pela antecipação da rabugice que será minha marca de terceira idade (se eu chegar até lá), tenho me tornado cada vez menos suscetível ao clima de euforia de fim de um ano e começo de outro. Uma das coisas que me arrefecem o ânimo é a procrastinação de tudo! Nada funciona. Tudo estaciona. Tudo fecha mais cedo. Um monte de lugares deixa de funcionar. As respostas dos e-mails são: 'Voltamos a partir do dia yy de janeiro'. Em função dessa política do 'ano-que-vem-a-gente-vê', fico apenas ansioso pelo ano que vai chegar para confirmar se realmente alguma coisa vai ser vista. Claro que, em alguns casos, só vai funcionar depois do Carnaval! Aff!

Bem... Acredito, sim, no valor de termos uma disposição mental e espiritual, digamos, positiva, para o novo ciclo que vai chegar. Entretanto, não gosto da coisa do pensamento positivo, mentalização, figa, mandinga, 7 pulos em ondas, comer lentinha, vestir esta ou aquela cor, usar escultura de gato japonês (Maneki Neko), usar trevo-de-quatro-folhas, e por aí vai. Para fábulas e lendas, a imaginação popular não tem fim. Não uso nada disso, mas também não vou lançar no Limbo ou Purgatório aqueles que usam. Afinal, cada qual com sua crença.

O que tenho a deixar registrado, agora, pela concatenação de signos linguísticos (as letras, que formam palavras, que compõem orações e períodos e, finalmente, textos) deve escandalizar alguns, fazer rir outros e mudar meu status na visão de não sei quantos. Trata-se sobre as felicitações de ano novo. Adotei o discurso verbalmente desde o final de 2011 e reitero agora.

É de uso milenar os votos de 'feliz ano novo com muita saúde, paz, alegria, amor'. É bonito, bacana, legal, educado. Porém, contudo, todavia.... adianto que quando eu for te transmitir meus votos de ano novo, o slogan adotado é: "FELIZ ANO NOVO COM MUITO DINHEIRO, TODO O RESTANTE DEUS JÁ DEU, BASTA FAZER USO!". Pode fazer o mesmo comigo. Esses são os meus sinceros votos para meus amigos, para mim e até para os que me mantém na lista como rival. Afinal, egoísmo é um sentimento péssimo, corrosivo e de retorno nefasto.

Alguém dirá: 'Vixi! Que materialista!'. Corrigindo: Materialista, não. Realista! Reduzo as felicitações para a multiplicação do money, prata, jaburu, cacau, faz-me-rir, mérreis, alegria-de-todos, bufunfa, porque todo o restante, desculpe a falta de modéstia, tenho em profusão. 

Explico
Justifico que todas as virtudes desejadas foram muito bem arquitetadas e armazenadas em nós pelo Criador, no ato da criação. Ele mesmo se apresenta como fonte inesgotável, sempre acessível a quem o buscar. E, não sem propósito, o boneco da barro só ganhou vida quando recebeu em suas narinas o sopro de Deus. Logo, se olharmos firmemente para Ele, tudo isso que foi projetado por Ele será vivido em plenitude.

Apesar do mau humor que tenho aprimorado como forma de defesa, já tenho, sim, alegria. O mau humor e a carranca é só para assustar os menos persistentes e que, provavelmente, de quem eu pouco ou nada teria a receber, muito menos a retribuir. E olha que esta alegria já foi ameaçada com a escassez de grana para trocar o sapato. Ela também foi testada quando olhava para uma roupa e tinha que pegar outra na loja, porque era a mais barata. Essa alegria nunca diminui, mesmo quando tenho que olhar primeiro para o preço no cardápio do restaurante.

Tenho paz de espírito, mesmo quando estou no meio de um furacão. A saúde, vai bem obrigado. Se, porventura, o Todo-Poderoso quiser ensinar algo por alguma enfermidade, Ele vai fazê-lo quer eu tenha dinheiro ou não. O mesmo é verdade quando Ele decide restabelecer a saúde. Não fosse assim, qualquer morador da Rocinha (Rio de Janeiro) poderia ser enterrado na primeira gripe da vida, e nenhum morador do Morumbi (São Paulo) morreria de câncer. A saúde vem mediante a vontade inquestionável de Deus e não pela quantidade de recursos aplicados ou pela falta deles em sua busca. 

Quanto ao amor, busco praticar em boa medida. Se consigo? Não sei. Ao menos tento. O amor, afinal, não é um sentimento. Aquela coisa do arrepio, do desmaio, da gritaria, da melação, é besteirol. Amar, ao contrário do que se propaga por aí, é uma faculdade da razão e não da emoção. Decidimos amar. 
O verdadeiro amor encara suas provas de qualidade. Por isso, o apóstolo Paulo disse que o amor "tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta". Ora, se tem de sofrer e suportar alguma coisa, entendo que está mais do que claro as provas de resistência que o pleno amor é submetido constantemente. Isso em qualquer nível de relação, seja ela familiar, profissional, entre amigos.

Sou alegre, tenho paz, estou com saúde, busco amar. Tudo isso, sem dinheiro! Nada mais interessante do que manter todas essas coisas só que com dinheiro. Os amigos mais próximos podem ficar tranquilos que não estou infectado com o amor ao dinheiro que, também segundo Paulo, "é a raiz de toda a espécie de males". Não coloquei o vil metal num altar. Ele não toma o lugar de Deus. Não é mais importante que meus amigos. Contudo, é algo que quero, sim, e em larga escala. Se Jó, Abraão, Isaque e Jacó puderam ser ricos, eu também o posso. Se José de Arimatéia, pela riqueza e coração voluntarioso que possuía, pode tomar o corpo de Jesus para ser sepultado, posso e quero ter grana também. E, felizmente, não preciso sepultar o Cristo, pois já ressuscitou.

Aplicação
Sei bem o que fazer com dinheiro. Afinal, a experiência de ser pobre deveria ser algo com prazo de validade apenas para contar aos filhos. Algo marcado em alguma etapa da vida entre adolescência e juventude como ritual de passagem, mas com a garantia de acabar. Um episódio para valorizar o patrimônio dos pais e entender, de uma vez por todas que dinheiro não dá em árvore, não cai do céu.

Há quem deseje ser rico para poder viajar o tempo todo. Acho isso de pobreza vil. O desejo de grana para se tornar ocioso é horrendo. Dinheiro, chama dinheiro, mas mediante trabalho. Não escondo os votos de feliz 2013 com muito dinheiro, porque sei como multiplicá-lo e aumentar o número de beneficiados por ele.

Desejo muito dinheiro a todos, com a ressalva que, além de ver as suas e as minhas fontes de receita aumentarem em quantidade, desejo que aprendamos a fechar as torneiras das despesas. Um milionário americano ensina que o importante não é o quanto se ganha, mas o quanto se guarda. Ele tem razão. Sei que é difícil. Mas, é possível. Afinal, ser formos bem autocríticos, vamos perceber o quanto de quinquilharia colocamos em casa, sem ter necessidade.

Considerações finais
Que o dinheiro em abundância seja útil para nos fazer sorrir, mas, muito mais para fazer sorrir a outros. Que a produtividade seja uma meta sempre perseguida. Que o dinheiro seja multiplicado, não para te afastar das pessoas, mas para permitir estar mais perto delas. Que essa multiplicação seja limpa, honesta, pacífica, honrosa. Que a busca pela qualificação profissional não se esmoreça e, por meio dela, possa produzir com eficácia, pensar com rapidez e agir com justiça. Protesto contra toda forma de ociosidade. Produzamos. Se o Pai trabalha até agora, trabalhemos também. Feliz 2013.

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