Efeitos da presença de Jesus

Após um trabalho de muitas entrevistas para a elaboração de alguns perfis, fui sendo surpreendido diante de cada entrevistado. Este trabalho desencadeou algumas reflexões sobre nossos currículos espirituais. Em um currículo convencional as informações que são importantes e que causam diferencial para o candidato a uma vaga são as de formação (graduações e/ou cursos de qualificação) e a experiência, sendo que, a depender da ocupação esta última se torna mais preponderante.

Currículo espiritual
Na vida espiritual, nosso currículo tem o marco de antes de Cristo e depois de Cristo. Esse divisor de águas nos integrou na comunidade dos salvos, nos tirou das trevas para a luz, da perdição para a salvação, da ruína para a edificação. Se entre os homens é necessário o registro de nascimento no livro do Cartório Civil, quando nascemos da água e do espírito também ganhamos registro no Livro da Vida: "alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus" (Lc. 10:20).

A partir da entrada de Cristo em nossas vidas, passamos a ser bem alimentados, porque Ele é o Pão da Vida: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo. 6:35). Não mais temos sede, porque Ele é o manancial de águas vivas, o único que pode dizer no último dia de uma celebração nacional, "Se alguém tem sede, que venha a mim e beba" (Jo. 7:37).

Ele nos dá a confiança de que não somos mais inimigos de Deus, pois através dele fomos justificados e reconciliados "portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não  andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (Rm. 8:1).

Com Cristo em nossa história, gozamos de confiança que não se abala. "Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!" (Rm. 8:38, 39)

A edição do currículo
Quando nos aproximamos do Senhor, estávamos desacreditados por todos. Ninguém pagaria um centavo pela nossa vida, mas Ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo já havia derramado todo o seu sangue pelo qual somos purificados de todo o pecado. Ele já havia se apresentado em nosso lugar para sofrer a ira de Deus por todos os nossos pecados. 

O Filho Unigênito que entregou a vida de sua própria vontade, ninguém tomou dele: "Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Esse mandamento recebi de meu Pai" (Jo. 10:18). "Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt. 20:28)

Quando nos aproximamos dele, estávamos mortos, cheirávamos mal por causa do pecado. Não tínhamos perspectiva. Passávamos a vergonha da nudez espiritual. Sofríamos o descrédito dos familiares, dos amigos e da sociedade em geral. Mas um dia tivemos contato com aquele que nos dá a água que mata a nossa sede para sempre. Fomos abraçados pelo Oleiro. O mesmo que "conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó" (Salmo 103:14).

No processo seletivo alguém queria o carimbo de condenado, derrotado, desgraçado, pobre, cego e nu, mas o Rei da Glória deu selo contrário. Como escreveu o apóstolo Paulo "fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Ef. 1:13), Ele nos carimbou como sua propriedade e absolveu dos nossos pecados, nos fez vencedores, bem-aventurados, prósperos, com visão da glória e trajados com vestes de louvor.

Tudo isso porque "o SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos,  assim o SENHOR se compadece dos que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura  e sabe que somos pó" (Salmo 103:8-14)

Novidade de vida
Só tem capacidade de implantar mudança, aquele quem tem capacidade para fazer. Por isso, só Deus tem poder para nos transformar, porque pelo Seu poder nos fez. Só Jesus tem este poder de transformar tudo para melhor, porque foi Ele quem nos fez. Ninguém acreditava em nós, mas caiu como uma luva a expressão de Jesus: "Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." (Mt. 19:26).

Nossos perfis antes de Cristo, de fato, não inspiravam esperança. Somente um garimpeiro experiente tem condições de discernir a pepita de ouro no meio da lama. E Ele, o nosso Senhor e Rei, nos identificou no meio do lamaçal e trabalhou para garantir nossa lapidação.

O endemoninhado gadareno - das trevas para a luz
Quando nos encontramos com ele estávamos como o endemoninhado gadareno: violentos, com desequilíbrio mental, familiarizados com os túmulos, dominados pelos espíritos malignos que nos levavam a fazer coisas horrendas. Depois do contato com Cristo, a libertação espiritual era inevitável, o choque social foi alarmante a ponto de saírem correndo para entender o que tinha acontecido com os porcos e com o homem que morava nos túmulos. "E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram." (Mc. 5:15). 

Zaqueu - da injustiça para a retidão
Pelas mudanças oriundas da presença de Jesus, aprendemos que não podemos levar vantagem, desviar dinheiro, fazer caixa dois, como fazia Zaqueu. E, ao contrário do que o inimigo das nossas almas diz, gente que preza pela ética, que não nega os valores tem valor, sim, é reconhecida, sim. Se não pelos homens, com certeza, por Deus. Entre as mudanças que Jesus provocou em nós, ele nos ensina a não sermos pessoas que buscam a satisfação da própria vontade a qualquer preço.

Todos os dias somos motivados fazer escolhas que contrariam nossos valores espirituais com a justificativa de que 'quem não presta', isto é, aquele que age mesquinhamente, tem mais importância e reconhecimento. Mas a despeito de todas as afirmações saturadas de pecaminosidade, as atitudes daquele que tem a sua vida transformada e moldada por Jesus causam efeitos de curto, médio e longo prazos em todas as esferas no plano material e no espiritual servem como dinamite para implodir as fortalezas da maldade.
Já tivemos nossos dias de Zaqueu, mas quando Jesus nos recebeu e passou a morar em nossa casa descobrimos que melhor coisa é dar do que receber. E ouvimos da boca do próprio Redentor que "o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido" (Lc. 19:10). 

O exemplo de Bartimeu - livre da cegueira
Assim como Bartimeu, nós por muitas vezes tínhamos pedido ajuda a pessoas que não podiam fazer nada por nós. Tal como ele, havíamos nos condicionado à marginalidade social. Acatamos a condição de mendicantes sem reconhecermos a riqueza do nosso Deus rico em perdoar. Até que um dia nos pusemos a clamar. Nossas bocas não expressavam claramente, mas a alma gemia, clamava por socorro. Assim, meio sem jeito, em dúvida se o Autor da Vida poderia mesmo nos ouvir, ficamos sabendo que Ele mandou nos chamar.

"Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Que queres que eu te faça? Respondeu o cego: Mestre, que eu torne a ver. Então, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente tornou a ver e seguia a Jesus estrada fora." (Mc. 10:49-52)

Dois discípulos a caminho de Emaús - livres da desilusão
Algum dia estávamos como os discípulos no caminho de Emaús. Tristes, cabisbaixos, com um vazio inexplicável. Tal como eles, tínhamos vivido um momento de euforia, expectativa de que o Messias era realmente a esperança de redenção. Contudo, afirmações contrárias acerca de sua personalidade chegaram a nos fazer esmorecer a esperança. Migramos da esperança para a desesperança. Talvez tenhamos dito como Cleopas e o companheiro: "Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam." (Lc. 24:21). 

Mas, de repente, o companheiro de jornada apareceu no meio do caminho e começou a conversar conosco. Com uma serenidade, doçura e poder inexplicáveis, mas perfeitamente perceptíveis Ele começou a se revelar a nós. Começou a contar segredos sobre seus planos para nossa história. Começou a deixar claro, patente aos nossos olhos que Ele é, sim, Senhor acima de todas as coisas, que tem todo o poder nos céus e na terra. Ele foi fazendo tudo isso das mais variadas maneiras.

Aos discípulos de Emaús foi numa longa conversa no trajeto de 12 km entre Jerusalém e Emaús. Para nós, foi no livramento de um acidente de carro, foi na cura de uma enfermidade, foi na perda de um ente querido, no louvor ministrado por uma criança. Ele estava falando conosco e aquecendo os nossos corações. Até que dissemos como os discípulos de Emaús: "Fica conosco, porque é tarde, e o dia já declina". 

Pronto. Quando fizemos isso, fizemos Jesus entrar, sentar e ceiar conosco um mundo novo se abriu diante dos nossos olhos. "E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles. E disseram um ao outro: Porventura, não nos ardia o coração, quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?"(Lc. 24:30-32).

Uma nova história
Você que, porventura, sente-se escravizado por uma opressão maligna que te priva os sentidos como o gadareno; você que se engana com as riquezas deste mundo como fazia Zaqueu; você que está cansado de ficar à beira do caminho; você que se deixou vencer por decepções, tristezas provocadas por quaisquer motivos, neste momento o Senhor está batendo à sua porta. Ele quer entrar, sentar e partir o pão. 

As próximas páginas de sua história terão a possibilidade de ser escrita não mais com lágrimas de amargura, mas de alegria. Seu currículo vai ser apresentado diante de todos na eternidade como um daqueles que lavou as vestes no sangue do Cordeiro.

"E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima." (Ap. 7:13-17). 

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