Currículo


Todas as vezes que nós procuramos por um novo emprego a primeira coisa que precisamos elaborar é o nosso currículo. Temos que dizer onde estudamos, quais cursos fizemos, onde trabalhamos. As etapas podem variar de uma empresa para outra, mas via de regra seguem mais ou menos como descrevo a seguir. 
Se o responsável pelo processo seletivo manifestar interesse nos dados do currículo, normalmente, vem a etapa da avaliação psicológica que pode ser por testes que chamamos de ‘babaca’ ou dinâmicas de grupo. Se atestarem que não babamos nem rasgamos dinheiro, vem o terceiro momento, a entrevista. Se tiver tudo “ok” até aqui, mandam a gente passar no departamento de recursos humanos para iniciar a parte burocrática.


A essa altura já estamos empregados? Quase. Tem o bendito exame médico. Nessa hora, a coisa pega. Um desvio na coluna que nunca te incomoda, mas o médico atesta, é o suficiente para dizerem que não vão nos contratar.
E daí? Você deve querer saber onde quero chegar com isso. É o seguinte: desde o dia 6 de julho estamos oficialmente em campanha. A partir daquele dia ninguém mais precisava ficar com medo de dizer que era candidato (antes tinha que dizer pré-candidato). A parte burocrática da Justiça Eleitoral deu uma segurada na pressa alheia.

Faltava CNPJ, conta em banco, cheque e uma série de procedimentos bem complicados para este pleito. Acho até engraçado os detalhes que se atentam quando, o Supremo Tribunal Federal disse que candidatos com contas rejeitadas (ficha suja) poderiam se candidatar sem nenhum problema. Pois é.
Voltando ao meu foco. Se para trabalharmos em qualquer empresa precisamos provar e comprovar tanta coisa, o que é de se esperar para quem quer atuar como vereador ou prefeito?


Neste momento, vem uma série de panfletos, jornais, santinhos ou coisa que o valha com relação de mundos e fundos. Como o coitado do papel aceita tudo, não dá para protegê-lo de estampar algumas bobagens. Cheguei a ler no site do TSE, por exemplo, que a meta do prefeitável é reorganizar o trânsito para escoar o “tráfico”.


Compreendo perfeitamente que foi um erro de digitação. Certamente a ideia era falar de tráfego, mas não estamos nos referindo a um texto informal entre amigos, no MSN ou Facebook, falamos de um documento registrado na Justiça Eleitoral.
Pesquisando em rede social, já li candidatos a vereador dizendo que “vai fazer” coisas que são de competência única e exclusiva do poder executivo. Quero acreditar que a pessoa saiba disso, contudo assume um discurso que deixa evidente o despreparo de alguns e algumas que começam a pregar num tom de nova Revolução Francesa.


Isso posto, considerando que precisamos apresentar qualificação prévia para ocuparmos qualquer função dentro de uma empresa desde a menos importante (conforme rótulos alheios) até a considerada mais elevada, acredito que o mínimo a fazer é sermos bastante criteriosos na seleção dos nossos representantes especialmente vereadores.
A maioria de nós chega a um nível de paixão exacerbada no tocante a prefeito. Contudo, se tivermos o prefeito que queremos, mas com vereadores pouco comprometidos, de fato, e não de gogó com as políticas públicas os resultados não são os mais alvissareiros. A função de vereador, que fique bem claro, é fiscalizar. 


Saber se o que tem que ser feito está sendo feito. Não é vereador que compra remédio para a farmácia quando falta, mas é ele que vai questionar o prefeito porque faltou e o que está sendo feito para resolver. Ah! Também cabe aos nobres edis dar honra a quem tem honra. Se determinado problema foi resolvido porque ele ou ela mediou, lindo! É correto que se diga, mas não deixe de mencionar quem se mobilizou para a solução. Se assim for, o currículo de cada um estará com edição mais feliz.


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