Tributo à amizade


Não sei a origem da tradição, tampouco quando o tal “Dia do Amigo”, celebrado no dia 20 de julho, ganhou mais projeção aqui pelos trópicos. Tenho ciência que, na prática, fica como mais uma data comercial. 
Se não compramos presentes, como em outras comemorações, aproveitamos a ocasião para enviar uma mensagem, publicar um comentário em rede social, confraternizar com os amigos e, claro, gastar! 

A repercussão da data ainda surpreende muita gente que se pergunta: ‘Já tinha essa data antes?’ No meu caso, saí pela primeira vez na vida em função do tal Dia do Amigo. Encarei a noite jundiaiense ao lado de mais 12 amigos. Tínhamos que aguardar todo mundo se liberar de suas rotinas (trabalho, igreja etc). Por isso, o encontro ficou para depois das 21h30. Tarde? Imagina. A noite é uma criança, como dizem por aí.
Chegamos a um bar e restaurante que não podia nos acomodar por falta de lugares. Fizemos um plantão básico na expectativa da liberação de mesas até que fomos ao concorrente. 

Como a meta era estarmos juntos, nem nos abalamos com a espera. Afinal, apesar de nossa sociedade estar doente com o que denomino como ‘individualismo selvagem’, ainda há oásis de conforto, carinho, cumplicidade, compreensão, parceria e todas as outras coisas explícitas e implícitas na amizade.
Como um proletário falido, fico na vontade de poder presentear meus amigos. Já que os bens materiais não são uma realidade, aproveito a ocasião para expressar minha apreciação especial aos amigos próximos ou distantes, íntimos ou reservados, ricos ou pobres, doutos ou leigos, com grande, pouca ou nenhuma projeção social. 

São todos muito especiais e, se pudesse mensurá-los em vil metal, todos valeriam ouro e me deixariam “trilhardário”. Se não posso medí-los em valores materiais, também não consigo fazê-lo  em valores imateriais. 
Amigos são, simplesmente, imensuráveis, indispensáveis e de importância inquestionável. Se entre os metais só podem ser equiparados a ouro, entre as pedras preciosas apenas o diamante é capaz de representá-los à altura.
Um homem sem amigos tem menos perspectiva, vislumbra menos oportunidades (se é que as vê). Não ter amigos é ter uma vida menor, sem brilho, sem cor. 

Com amigos, porém, a jornada, ainda que longa, torna-se prazerosa; as crises abrem caminho para crescimento; as lágrimas regam o jardim da existência; o silêncio se faz discurso; o abraço transmite conforto e segurança; o beijo externa mais que cumprimento; pela prece se busca e se alcança cura para corpo e alma.
Os amigos são os únicos que podem bater em nossa cara, nos dizer as palavras mais duras e, ainda assim, serem alvos de nossa gratidão. Isso porque, amigo de verdade não é o que só nos aplaude é, também, e, principalmente, o que nos corrige.

A amizade, já teria dito alguém, é uma das mais nobres expressões de amor, pois ela nos obriga a partilhar o amigo. Um amigo não é só nosso. Por mais cúmplice que sejamos um do outro, sempre há mais alguém que aplaca nossa mania possessiva e exclusivista.
Existe tanta beleza, poesia, riqueza, força e profundidade na amizade que o rei Salomão registrou: “Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão” (Pv. 17:17).

Jesus mesmo elevou o status de seu relacionamento com os apóstolos quando disse: “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (João 15:15)
Pela doação recíproca de vida encontra-se comunhão com o próprio Criador que, através dos amigos, quer nos ensinar sobre o Seu próprio caráter e o quanto Ele quer ser nosso melhor Amigo. Por tudo isso, e pelo que as palavras não conseguem traduzir, muito obrigado aos meus amigos.

1 comentários:

Glau Glau disse...

Manu, adorei viu!!!

Beijinhos!

Glau

 
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