Ainda falando de mulher

Elas topam tudo e garantem a construção de um mundo melhor


Tem muita gente que não sabe. Outros esquecem, e tem também aqueles que preferem passar por cima da informação. Mas, ao contrário do que muitos machistas dizem, as Escrituras Sagradas registram textos belíssimos sobre a importância e valor da mulher.

Com um certo tom de brincadeira, há sempre alguém comentando sobre a bobagem da Eva de ter dado ouvidos à tentação da serpente no jardim do Éden, segundo escreveu Moisés, no livro de Gênesis. Acabamos por fazer a pobre Eva de bode expiatório para algumas dificuldades que passamos a enfrentar como a necessidade de conseguir o alimento com o suor do rosto e também pelas dores para dar à luz a um filho. Além disso, a serpente e o próprio solo receberam maldições por causa da transgressão de um mandamento divino.

Olhando assim, fica fácil culpar a mulher. Mas, reduzir o erro à responsabilidade feminina é ignorância e falta de conhecimento de outros textos que falam sobre a mulher. É bom lembrar que os relatos bíblicos estão repletos de mulheres que exerceram funções de chefe de exército a protagonistas de verdadeiras epopéias com muito sangue, suor e lágrima.


Queiram os homens dar o braço a torcer ou não, foram as mulheres que ficaram sabendo primeiro da ressurreição de Jesus Cristo. O corpo do mestre da Galiléia ia receber mais especiarias graças à voluntariedade e disposição de mulheres. Enquanto alguns homens preferiram a lamentação elas foram agir. Como recompensa, foram as primeiras a ouvir a boa-nova de que o Nazareno não estava mais sepultado, havia ressuscitado conforme sua profecia.

Foi através de uma mulher, Lídia, que o evangelho chegou na cidade de Tiatira, na Ásia Menor. Priscila, esposa de Áquila, membros da igreja cristã de Roma, por volta dos anos 60 d.C., teve lugar de destaque na igreja romana pela sua firmeza em preservar e transmitir o evangelho. Sendo ela uma das tutoras espirituais de Apolo, um pregador do evangelho do primeiro século que era respeitadíssimo pela sua bagagem teológica e ainda pela retórica impecável.

Há muitos outros exemplos a serem citados, mas o espaço é pouco e a fonte -a Bíblia Sagrada- está à disposição de qualquer um que queira saber sobre a mulher no prisma cristão.
Também as Escrituras atribuem à mulher a possibilidade tanto de dar bons rumos para sua família quanto lançá-la em um verdadeiro caos. O sábio rei Salomão escreveu: "A mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos" (Provérbios 14.1).

Se a Bíblia Sagrada reconhece a importância da mulher é, no mínimo, inteligente que os homens aprendam a fazer o mesmo e a entender que a diferença entre os sexos não é para a guerra, mas para a complementaridade da raça humana.

A luta é de todos [Sobre Dia da Mulher]

A velha história de 'mulher tem que ficar em casa, esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque' há algum tempo provoca profunda irritação nas mulheres de todas as idades.

Em tempos remotos, a sociedade era composta por mulheres que até endossavam esse conceito da mulher exclusivamente doméstica, sem direito a estudar, trabalhar fora de casa ou ter vida social com o mínimo de badalação.

Tudo era supervisionado ou controlado primeiro pelo pai, irmão mais velho, tios, padrinho de batismo, marido, enfim, sempre algum homem se sentia no direito ou obrigação de fazer a tutela da mulher de modo que a liberdade de expressão e ação femininas era algo impensável.


O machismo que dominava as relações sociais mais elementares defendia que a mulher não tinha capacidade para fazer mais do que cuidar da casa, marido, filhos e, no máximo de empregados, para a ínfima parcela da população que dispõe deste conforto.

Felizmente, a sociedade está sob constante mudança. Quer pelo amadurecimento de ideias ou pelo derramamento de sangue, estamos sujeitos a novos modelos, quebra de tabus e, enfim, alcançarmos o tão almejado progresso e desenvolvimento social.


As mulheres estão levando sua inteligência, perspicácia, beleza e coragem em muitos outros setores da sociedade. Elas são juízas, delegadas, desembargadoras, embaixatrizes, chanceleres, vereadoras, deputadas, prefeitas –mais de 500 eleitas em todo Brasil, no último pleito–, governadoras, presidentes de repúblicas, executivas de multinacionais, mecânicas de automóveis, carreteiras, taxistas.
Até no futebol, nas sagradas quatro linhas masculinas, as mulheres já fincaram o pé, onde garantem cada vez mais espaço e reconhecimento como jogadoras, árbitra e bandeirinhas. Que se cuidem os homens, tem muitas Martas para serem reveladas por aí.

Apesar da presença feminina na sociedade ser maior, seus atributos serem reconhecido e até elogiados por profissionais de diversos setores, as reivindicações das mulheres do século 21, ainda se parecem muito com as das mulheres do final do século 19.
Mesmo revelando todo seu potencial as lutas por melhores salários –receber o mesmo que os homens pelo menos–, condições de crescimento nas hierarquias das empresas, proteção contra a violência doméstica ou moral –muito comum nas empresas–, todas essas bandeiras ainda precisam tremular no horizonte.

Conquistar essa igualdade de direitos não é causa que apenas as mulheres devam lutar. Os homens também podem e devem se engajar na luta, pelo menos aqueles que querem fazer valer o título de homem de bem, cidadão honrado, justo, íntegro, lúcido, inteligente.
Aos que preferem se eximir de qualquer responsabilidade, ou mesmo àqueles que transgridem as leis e corrompem os direitos das mulheres, são indignos de serem apresentados como seres humanos.

Chorar faz bem

Por que não ficamos constrangidos em dar gargalhadas em público, mas na hora do choro somos capazes de engolir a emoção e não deixar extravasar? Acho engraçado o quanto somos capazes de usar abusivamente a forma de expressão do riso, contudo, temos medo, vergonha, sei lá o nome disso, de usar as lágrimas.

Em geral, preferimos classificar o choro como forma barata de sensibi-lização, artifício de fracos.
Só admitimos como aceitável o choro de uma criança ou então em caso de dor aguda provocada por ferimento ou enfermidade.
Por quê? O que nos faz fugir tanto do choro? Medo de parecer ridículo ou de borrar a maquiagem? Creio que nem uma coisa nem outra. É apenas o medo de se expor. Mostrar que não é super-homem. Medo de mostrar que tem sentimentos, que é tão frágil quanto todos os outros mortais.

Mesmo sendo mortais, nos valemos da hipocrisia e fingimos uma força que não temos, nos fechamos ao choro. Entretanto, o imortal, Mestre da Vida, peregrino sobre a terra com o nome de Jesus, em frente ao túmulo de um amigo, simplesmente chorou.
A beleza e força do choro do Nazareno foi tamanha que o evangelista João registrou: "Jesus chorou", revelando a impressão que isso lhe deu. Ora, se Cristo sendo quem era e quem é para a História da humanidade, não teve vergonha de chorar em público, por que não lhe seguimos o exemplo?

Assim como expressamos as dores do corpo com o choro, podemos e devemos expressar também as dores da alma. Esse escancaramento não vai diminuir sua autoridade no trabalho, na família ou lhe ridicularizar. Pelo contrário, lhe dará mais respeito por não se envergonhar da sua humanidade.
Se você está num momento em que precisa chorar, chore! Procure um amigo, o cônjuge, alguém com quem possa partilhar sua dor. Se estiver próximo a alguém que precisa de um ombro, aproxime-se, acolha e chore com ela.

Tenha certeza que as lágrimas que correm juntas, além de ajudar a curar das mágoas, tira o sabor de fel e acabam se tornando fonte de irrigação para que o jardim da vida floresça cada vez mais belo e forte depois do rigor de cada inverno.
O Criador nos deixou todos os legados da emoção para que entendamos o quanto precisamos uns dos outros, tanto para rir quanto para chorar. Como rir já é uma coisa da qual nos orgulhamos, vamos aprender a ter orgulho também da nossa capacidade de chorar!

 
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