Pausa para um brinde

Por causa da minha educação religiosa, não tenho o hábito de ingerir nada alcoólico. Contudo, isso não impede de fazer um brinde ao menos com um refrigerante ou, só para ficar bem perto do vinho, um suco de uva. No brinde de hoje, quero render uma homenagem especial à cidade que me recebeu há quase 18 anos e pela qual tenho a possibilidade de trabalhar há 10 como funcionário no Departamento de Comunicação da Prefeitura. Como na quarta-feira, dia 21, a cidade completou seus 47 anos, o mínimo que posso fazer é isso, uma vez que não posso dar à cidade os presentes que gostaria.

Ao longo destes 6 anos como colunista, raríssimas vezes reportei-me diretamente à função pública e também pouco abordei temas que muito de perto me afligem em algumas situações. Devo confessar, abertamente, que em alguns momentos de erro na leitura dos fatos, cheguei a ficar bastante irritado com as ações de algumas pessoas que embotam qualquer espírito cívico.
Hoje, porém, quero destacar o que há algumas semanas tem mexido com minha cabeça e, por que não confessar, tem tratado o meu coração. Se para alguns ou mesmo para muitos isso parece meloso demais, perdoe-me, mas é assim que sinto e é assim que digo.

Na minha locomoção rotineira pela cidade, em uma bela manhã de sol, descendo o viaduto que liga as partes alta e baixa da cidade parei no meio, dei um giro de 360 graus e uma onda de emoções e recordações encheu minha mente.  Naquele instante, confesso que senti um orgulho, prazer, alegria, euforia, vibração, enfim, fui tomado por uma nova percepção de fatos e, mais importante, renovou minha percepção das pessoas de Campo Limpo Paulista.

Nesta percepção passei a ponderar que, assim como eu, que não nasci aqui, há milhares de pessoas que também vieram de Guarulhos, Bragança e outras regiões da Capital. Muitos escolheram morar aqui para poder ficar livres da poluição metropolitana. Sabiam que iam levantar cedo e chegar tarde, mas queriam ter um lugar que pudesse chamar de seu. 
Alguns conseguiram até inverter o sistema e passaram a trabalhar na região ou mesmo na cidade. Entretanto, independente do tempo que passam aqui, temos homens e mulheres que trabalham pela cidade.

E, trabalhar pela cidade, nem sempre significa estar na Prefeitura, na Câmara, na Polícia Militar, poder Judiciário ou equivalentes. 
Luta pela cidade quem sabe o que quer e como quer. Trabalha pelo lugar onde vive aquele que ao invés de falar aos ventos reclamando de tudo, busca soluções, faz a sua parte, palpita, se envolve, e mais que isso, se compromete. Ser cidadão, é mais do que fingir simpatia e forçar popularidade em ano eleitoral. Mas, reitero que não é desse grupo que quero falar. Meu louvor vai especialmente para uma população sonhadora e guerreira. 

Gente que sonha, mas tem os pés no chão e não nas nuvens. Nesta minha nova percepção do nosso povo, entendo que, infelizmente, a esmagadora maioria destas pessoas não tem tempo ou mesmo espaço para expressar o que sente, o que acredita e o que faz.

Nesta semana de aniversário, toda essa onda de emoções ficou ainda mais forte. Primeiro, ao longo do dia 21 tive o privilégio de manter contato direto, olho no olho, com dezenas de pessoas que foram visitar o novo hospital de Campo Limpo. Foi muito bom falar com homens e mulheres acima de 60 anos que com seu sangue, suor e lágrima construíram e continuam o seu labor em prol da cidade.
No início da noite, também do dia 21, a paixão cresceu mais um pouco quando vi centenas de pessoas com um pacotinho de leite em pó para participar da abertura da festa do peão. Com todas as ressalvas que se pode fazer à festa, sua real beleza e significado está na voluntariedade e solidariedade das pessoas. Por tudo isso, e por tantas outras coisas que não consigo expressar agora, rendo minhas homenagens ao povo que adotei como meu.

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