As árvores e os idosos

Os jovens podem e devem abrigarem-se na sombra dos idosos

Por: Emanuel Moura
moura.emanuel@gmail.com

No soneto "Velhas Árvores", de Olavo Bilac (1865-1918), lemos os versos:
"Não choremos, amigo, a mocidade! 
Envelheçamos rindo! envelheçamos 
Como as árvores fortes envelhecem: 
 
Na glória da alegria e da bondade, 
Agasalhando os pássaros nos ramos, 
Dando sombra e consolo aos que padecem!"
 
Além dos versos parnasianos de Bilac, valho-me das Escrituras Sagradas que, de Gênesis a Apocalipse abordam o tema de como as diferentes gerações devem se relacionar.

O jovem pastor Timóteo foi instruído pelo apóstolo Paulo a nunca repreender com aspereza a um velho "mas admoesta-o como a um pai" (1 Tim. 5:1). Os mais jovens devem reconhecer a experiência dos mais idosos e, não, desdenhá-los por isso, sempre argumentando que estão 'ultrapassados'. Salomão falou sobre este equilíbrio entre força e experiência quando compilou o provérbio: "A glória dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos são os seus cabelos brancos" (Pv. 20:29).

O rei Davi ressaltou que a vida de uma pessoa que escolhe confiar em Deus desde a juventude resulta em uma velhice vigorosa: "Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida" (Salmos 92:14).

Ao invés de vivermos um clima de tensão entre as gerações, jovens de um lado, envaidecidos pela sua força e agilidade, idosos do outro, apenas maldizendo a impulsividade das novas gerações, o princípio bíblico apela para a complementaridade. Precisamos uns dos outros.

Mesmo quem opta por não seguir princípios judaico-cristãos pode beber em qualquer fonte filosófica, sociológica, antropológica e outras ciências sociais e terá que aceitar o censo comum de que os mais velhos, invariavelmente, são dignos de toda honra e respeito.

Alguns indivíduos se esquecem ou desconhecem que o ciclo natural da vida é nascer, desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer. Quer o ser vivo seja uma árvore, um macaco ou um homem todos passam por este processo natural. Exceto em casos de interrupções abruptas provocadas por tragédias, acidentes, violência, drogas etc.

Sendo assim é, no mínimo, um fator de inteligência buscarmos uma convivência saudável, respeitosa e digna com os mais velhos. Eles estão aumentando em número graças a diversos fatores. E o que estamos fazendo para termos os nossos vovôs e vovós por mais tempo na nossa família?

A harmonia entre as gerações é fator preponderante para a manutenção da instituição familiar e, por conseguinte, da própria sociedade. Não podemos avançar, progredir, desenvolver, não é possível projetar um futuro sustentável, se não aprendermos a honrar quem construiu o passado.

Dia do Idoso
A data foi instituída internacionalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1991, com o objetivo de promover a reflexão sobre os direitos da pessoa idosa. No Brasil, é comemorada há 10 anos. Até 2006, as comemorações aconteciam no dia 27 de setembro. No ano seguinte, a comemoração foi alinhada com o calendário internacional após publicação da Lei nº 11.433, de 28 de dezembro de 2006, assinada pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva.


 

3 comentários:

Anônimo disse...

Ola Manu!

Parabéns pela homenagem aos bons velhinhos, e sempre bom lembrarmos deles, pois, ficaremos velhos um dia, e lembrando deles e os respeitando como pessoas, pessoas que um dia seremos, sendo assim poderemos exigir o mínimo de respeito e atenção possível.
E CULTIVANDO HOJE PARA COLHER AMANHÃ!!!
Parabéns a todos os Vovôs e Vovós.

Atenciosamente.

Fábio

Unknown disse...

A juventude de hoje se tornará o idoso de amanhã. Se aprendemos com os mais experientes, no futuro ensinaremos os mais jovens e assim por diante. Portanto, temos que valorizar hoje, para sermos valorizados amanhã.

E sobre o dia do idoso, todo dia é dia do idoso. Todo dia é dia dos pais, todo dia é dia das mães, e assim vai...

disse...

Oi, goste do seu blog. Parabéns

 
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