Intolerância religiosa, não!

No dia 2 de junho, um quarteto de gente que é difícil dar uma classificação, entrou em um centro espírita no bairro do Catete, na Zona Sul no Rio de Janeiro e, sob pretexto de dizer que o local era ‘coisa do demônio’, destruiu o que foi possível.
O grupo formado por três homens e uma mulher quebrou tudo o que estava sobre o altar no local, um ato de violência motivado por preconceito religioso. Os integrantes do grupo alegaram ser de uma igreja evangélica chamada Geração Jesus Cristo.
Os invasores foram autuados e vão responder por ameaça, dano contra o patrimônio e por desrespeito a culto ou prática religiosa. As penas variam de um mês a um ano de cadeia, mais multa.

A esperança é que a lei seja aplicada e que atrocidades como essa não se repitam. O fato dos vândalos se identificarem como membros de uma igreja evangélica contraria os princípios mais elementares da prática do evangelho.
O apóstolo Pedro falou em sua carta sobre a forma que os seguidores de Cristo devem expressar aquilo que acreditam: “...santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (I Pedro 3:15).

Não precisa ser nenhum especialista em grego para entender que a idéia central do apóstolo Pedro era dos discípulos de Cristo estarem sempre em condições de saúde física, psíquica e espiritual para explicar a mensagem central do evangelho que é salvação do homem, garantida pela entrega expiatória do Cordeiro de Deus.
O grupo de vândalos que destruiu o centro espírita no Rio de Janeiro está longe de poder ser identificado como de pessoas evangélicas. Qualquer igreja séria procura estimular os seus fiéis a compartilharem a fé e não a imporem a mesma. Evangelizar é partilhar o pão da vida e não espalhar o horror.

Como vivemos num país que garante a liberdade religiosa a qualquer pessoa, podemos ter inúmeras idéias diferentes sobre como buscar e servir a Deus, mas isso não dá a ninguém o direito de agredir ao integrante de outra religião.
Quem sabe de fato no que crê transmite sua fé muito mais pelas ações do que pelo discurso. Agredir, ofender, destruir instrumentos de culto, nunca trouxe resultado para a expansão saudável de nenhum grupo que opta por essa prática.

O brasileiro pode se orgulhar de viver pacificamente com as diferenças. E, não são as diferenças de culto religioso que farão o povo brasileiro ser identificado como ignorante e intolerante.
Os evangélicos genuínos repudiam a violência e zelam para cumprir a ordem do Cristo: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Também publicado no Jornal de Jundiaí,
edição do dia 14 de junho de 2008. Clique aqui

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