Para que servem os amigos?

Certa vez Jesus estava pregando em uma casa e contava com uma grande assistência. Ninguém conseguia entrar tal a multidão que se aglomerava para ouvi-lo. Quatro homens que levavam um amigo paralítico chegaram nesta casa com a meta de colocá-lo na presença de Jesus para que ele fosse curado.

Ao chegar, viram que pela porta não seria fácil passar por causa da multidão. A alternativa foi colocar o doente diante de Jesus pelo telhado. Os quatro amigos puseram-se a arrastar o doente sob o leito, abrir um espaço no teto e descer o paralítico. É claro que o paralítico pegou a própria cama e saiu daquela casa não sendo mais carregado.

Mas, o que chama a atenção nesta história é que em um determinado momento da narrativa, o evangelista Lucas alerta para o fato de que Jesus observou a fé dos quatro amigos. Não foi apenas a situação de clemência do paralítico que mexeu com Jesus, foi também a ousadia e disposição daqueles homens que decidiram ver a mudança na vida de um amigo.

Inspirado nisso, afirmo que os amigos servem para isso: carregar cama. Como assim? Se somos amigos de alguém e o vemos deitado, sem forças, desanimado, querendo desistir de tudo e de todos, podemos e devemos ter a disposição de fazer algo por ele. Não podemos desistir de ajudá-lo no primeiro obstáculo.

Podemos e devemos encontrar alternativas para driblar as circunstâncias que parecem dizer não. Permaneça perto, mostre o quanto se importa, cuide das feridas. Leve-o ao encontro de Jesus. Exigirá esforço, persistência, ousadia. Mas valerá a pena, você verá o seu amigo saltando como uma criança.

Quanto vale um amigo?

Esse tema parece trivial e, no estresse do cotidiano, se tornou, para alguns, banal. Ouso dizer 'alguns' pra não ser pessimista e afirmar 'todos' ou 'a maioria'. Prefiro crer no belo e não me render ao feio. Contudo, reconheço que vivemos numa situação em que não temos ou não queremos ter tempo para os amigos.

Nunca podemos ligar, escrever, visitar. Nestes tempos de mais modernidade e tecnologia da informação, também nunca temos tempo para mandar um scrap no orkut, e-mail, torpedo, post etc. Na maioria das vezes que lembramos de alguém ou é por interesse pessoal ou por tragédia (alguém morreu, ficou doente ou sofreu acidente) e isso quando se importa de saber ao menos como curioso. Sejamos francos: temos sido péssimos amigos!

Esse tema da amizade é tão importante para a saúde mental e espiritual do homem que a própria Bíblia não deixou de registrar fatos importantes relacionados a isso. Citou, por exemplo, que Abraão, o grande patriarca dos hebreus, foi reconhecido como amigo de Deus. Jesus, falando aos 12 apóstolos, afirmou: "Já não vos chamo servos... mas chamei-vos amigos...". Salomão, também disse que "O amigo ama em todo o tempo; e para a angústia nasce o irmão."

Ora, sendo a amizade um tema tão nobre, vale a pena investir nela. Não quero ser utópico. Nem todos são amigos de fato, que o diga Jesus Cristo, traído pelo próprio tesoureiro! Mas, se nos fecharmos e nos privarmos de boas amizades por causa dos que foram traídos ou que nos traíram, que faremos? Vamos nos isolar do mundo? Tentar viver em um circuito fechado, restrito e patenteado com as pessoas de ligação sanguínea? Se respondermos sim a estas alternativas, estamos optando por viver fora das possibilidades que o Criador traçou para a vida do ser humano.

Por nos criar com necessidades de agregação, Deus nos dotou de capacidades para superar as dificuldades que surgem nos relacionamentos e criou no homem mecanismos na mente e no corpo que são curados, estimulados e revitalizados graças ao toque, ao sorriso e ao estender das mãos de um amigo. Por valorizar seus amigos, o próprio Cristo afirmou que dava a sua vida por eles. E você, o que aceita fazer pelos seus amigos? Não precisa morrer por nenhum deles, Jesus já fez isso! Mas, sugiro que ao menos diga o quanto eles são importantes na sua vida.

Profissão: Cínico

Se a fábula do boneco de madeira que crescia o nariz a cada mentira se tornasse verdade no mundo real, os cirurgiões plásticos teriam que fazer plantão para cortar e recompor o nariz de um número gigantesco de pacientes. Os mentirosos por profissão estão presentes em todos os setores da sociedade. A consequência desta presença maciça é o enfraquecimento das relações humanas e, pior, o apodrecimento da vida social.

As relações humanas se enfraquecem à medida que, por causa dos seguidores de Pinóquio, as pessoas estão se tornando cada vez mais desconfiadas umas das outras. Vivemos um clima de tensão em que o próximo é sempre ameaçador, uma vez que é difícil precisar quando está falando a verdade ou mentindo. Os equipamentos que emitem relatório sobre quando uma pessoa está ou não mentindo com base no tom da voz, expressão corporal e efeitos orgânicos não estão acessíveis à maioria de nós.

Normalmente, conseguimos discernir quando nossos filhos, ainda pequenos, estão mentindo. Isso já se torna mais difícil à medida que vão crescendo e aprendem métodos que permitem afirmar uma mentira como se fosse verdade com a mesma técnica de um ator em cena. Como o nariz não cresce e uma mentira bem contada acaba convencendo e parece se tornar verdade, quando muito repetida, o hábito de mentir vai se alastrando na sociedade enfraquecendo paulatinamente a confiança mútua.

A podridão geral é provocada quando aquele mentiroso sem grandes pretensões da infância, se torna o executivo, gerente, líder, corretor, vendedor, advogado, senador, deputado, vereador, prefeito, professor, padre, pastor, enfim, tantas outras funções e nos mais diferentes lugares.

Uma das características dos mentirosos que mais me chama a atenção é o cinismo. São tão bons nisso que chego a pensar na regulamentação da profissão "Cínico". Fazem jus ao rótulo de cara-de-pau. Minha avó dizia que ao se barbearem não cai pêlo, mas sim, pó de serra. Ela tinha razão. Um presente que lhe cai muito bem, a qualquer época do ano, é óleo de peroba para garantir a cara cínica sempre lustrada.

Ainda fico estarrecido com a capacidade que esta raça de víbora tem de subir em qualquer tribuna, ocupar qualquer microfone e vomitar mentiras com a naturalidade de quem toma água para qualquer grupo de pessoas. E, se alguém aponta-lhes as mazelas, adotam o discurso do 'coitadismo' e logo se apresentam como vítimas de perseguição, incompreendidos pela massa. A partir daí, não são eles os mentirosos, mas as pessoas que os cercam que não valem nada.

Se vamos ficar livres da mentira e do mentiroso um dia? Eu prefiro crer que sim. Ao menos a Bíblia, em seu último livro e capítulo afirma que não poderão participar da alegria eterna aquele "que ama e pratica a mentira" (Apoc. 22:15). Amemos e pratiquemos, pois, a verdade, para termos melhor futuro que estes miseráveis.

 
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