Isso porque para quem precisava desenvolver estratégias de como tomar a cidade de um inimigo qualquer, as soluções sempre dependiam de um pouco de perspicácia do general para decidir onde, como e quando atacar, com que intensidade, com quantos homens e quais posições e armas seriam atribuídas a cada pelotão.
Uma vez definidas estas questões, era só partir para o ataque e enfrentar o que viria como resposta do inimigo. Por isso, os ataques precisavam ter a maior dose de surpresa que fosse possível. Porque se os dois lados estivessem com o mesmo nível de preparação, as batalhas seriam mais extensas e, claro, mais sangrentas.
O fator surpresa não evitava mortes, mas fazia com que o lado menos preparado optasse pela rendição mais depressa como forma de preservar a vida de mulheres e crianças.
Embora a inteligência já fosse um valor agregado importante mesmo nas batalhas dos tempos bíblicos, tal qual nos dias atuais, o que geralmente decide uma guerra é o poder bélico de um dos lados.
Isto é, quanto mais armas e dinheiro mais fácil se torna a guerra. É óbvio que existem exceções. Como é o caso dos Estados Unidos no Vietnã que até hoje cai como fel no orgulho nacional americano. Mas isso é outra história.
Voltando à comparação entre conquistar uma cidade e um coração, o rei Salomão também refletiu no assunto e registrou o seguinte provérbio: "O irmão ofendido é mais difícil de conquistar do que uma cidade forte; e as contendas são como os ferrolhos de um palácio." (Pv. 18:19).
Essa afirmativa deve nos conduzir a uma reflexão acerca do cuidado necessário sobre o que fazemos com as nossas palavras e atitudes às pessoas que nos cercam. Ao consultar o significado da palavra ofensa vamos descobrir que uma das condições para sua instalação é o fato de ser desconsiderado.
Ainda que tenha a linha do tempo da vida não muito farta em anos, nos poucos dias transcorridos comprovei que uma pessoa fica chateada quando brigamos, falamos alto, batemos a porta, desligamos o telefone ou coisa do tipo. Contudo, passado o calor da discussão, o perdão e o abraço permitem seguir em frente.
Agora, desconsiderar, ignorar, ofuscar, boicotar, não levar em conta as opiniões, não dar a mínima para os sonhos, não querer ouvir as queixas, tampouco partilhar as conquistas de uma pessoa é muito mais ofensivo do que se imagina.
Se, agora, causarmos dor e sofrimento ao próximo, no futuro, não será possível colher alegria e paz. Por isso, é de bom tom cuidar para que as pessoas não se tornem muralhas intransponíveis, mas que tenham sempre portas e janelas abertas para nossa entrada e contemplação.