Algumas pessoas que merecem ser poupadas de
qualquer menção para não receberem nova remessa do pacote-de-vergonha-alheia. Gente
que resolveu dizer o que acha sobre investimentos em Cultura. Até aqui nenhum
problema, afinal, a liberdade de expressão e opinião é um direito
constitucional que jamais me atreveria a lamentar, mas sempre vou me posicionar
para que seja garantido independente do que se diga do lado oposto ao meu.
Recentemente,
em uma discussão no grupo Debate Democrático Campo Limpo Paulista, um cidadão
resolveu fazer uma “análise” sobre investimentos em Cultura. O tema era a
recuperação do Teatro Municipal, fechado pela gestão anterior em fevereiro de
2013. Obviamente, não concordo com o "discurso" abaixo. O mesmo não
merece seguidores –embora o tenha– e, portanto, não pode ser ignorado.
A “análise”
considerava que Campo Limpo Paulista, embora precise de Cultura, seria “mais
importante” investimentos em policiamento, saúde, emprego. Não perco a
esperança de que as pessoas que eventualmente concordem com o raciocínio,
possam, uma vez refletindo com mais critério, percebam a questão de outra
forma.
Investir em
Cultura ou, antes, investir num equipamento cultural, a saber, o Teatro, em
nada inviabiliza os outros investimentos em Saúde, Educação, Segurança etc.
Cultura, para
quem não sabe, vai além de um equipamento público. Um prédio, no entanto, se
faz necessário para que “n” manifestações culturais possam ocorrer.
Quem não é
desonesto intelectualmente, vai se lembrar que houve um período não muito
distante no tempo no qual centenas de crianças e adolescentes participaram de
oficinas culturais, festivais estudantis de teatro, dança, música e literatura.
Talvez seja possível admitir que este fomento
cultural gerou jovens que “vivem de Cultura” como atores, professores, músicos,
produtores, técnicos em som, iluminação, figurino. Muitos deles forjados,
revelados, estimulados nas atividades culturais supracitadas.
Não custa
lembrar que ao termos centenas de crianças, adolescentes e jovens com acesso a
aulas de teatro, dança, música etc, os mesmos além de desenvolverem
competências pessoais também investem tempo em atividades produtivas que trazem
benefícios individuais e coletivos.
Desta forma, ao
invés de estarem nas ruas, vulneráveis a toda sorte de canalhas, os mesmos
estarão investindo no futuro e se distanciando das drogas, da violência, da
bandidagem. Com isso, aprendem a cuidar de si e, de quebra, do próximo. Nesse
cuidado, deixam de figurar entre os criminosos.
Por terem a
mente sã, também passam a ter melhor saúde do corpo. O que, logicamente, os
tira das filas intermináveis dos postos de saúde por total desequilíbrio
emocional que se manifesta de múltiplas formas no organismo. Logo, investir em
Cultura é, também, investir em Saúde e Segurança.
Sob o aspecto
de gestão pública é interessante testemunhar a abrupta mudança de discurso de
pseudos-gestores culturais em Campo Limpo Paulista. Por 20 anos, um certo grupo
de hipotéticos super-capazes gritaram em prosa e verso que saberiam fazer muito
mais pela Cultura no município porque, eles, e apenas eles, saberiam usar o
dinheiro que, também em suas falas antigas, era abundante, tinha o suficiente
para fazer muito mais do que era apresentado.
Em um passado
ainda mais recente, quando o Teatro foi indevidamente lacrado, os atuais
“gestores culturais” mentiram à sociedade dizendo que o prédio estava caindo.
Agora, de repente, já é possível até fazer uma “boa limpeza”. Daí a pergunta é
inevitável: Mentiram, para variar, sobre as reais condições do prédio?
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