A mesma medida

Nem sempre quem nos mede é tão grande quanto parece

Nunca escondi que tenho especial apreço pelos ensinamentos bíblicos. Não ouso dizer que sou o praticante irrepreensível, embora a própria Bíblia recomende que se busque sê-lo, reconheço que os padrões de comportamento bíblico são especialmente rigorosos.
Afinal, o próprio Cristo que veio pregar um reino diferente, recordou uma expressão comum no meio do povão: "Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo" (Mateus 5:43). No verso seguinte, porém, Jesus ampliou a responsabilidade social de todos os seres humanos e ordenou: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus".

O Messias chegou causando choque de conceitos numa sociedade que já estava condicionada a não mais, sequer, pensar no que fazia. Sua mensagem ganhava um matiz especial se considerarmos que ele falava a um povo que vivia como escravo há muitas gerações e que, naquele período, estavam sob o domínio dos inescrupulosos romanos.

Para o povo judeu (e mesmo para nós vinte séculos depois) a alimentação do ódio, a repetição de maledicências e a preparação para aguardar o grande momento de uma vingança são posturas muito mais cômodas do que cumprir o que preconizava o pregador da Galiléia.
Afinal, amar, bendizer e ainda orar em favor de quem nos trata mal, menospreza e tenta nos diminuir não são atitudes fáceis de pôr em prática. Entretanto, se o Messias disse que assim deve ser, é porque mesmo sendo difícil, é possível praticar.

Vai exigir esforço? E como! Vai doer? Provavelmente, muito. Contudo, o esforço adicional para cumprir o princípio cristão, além de fortalecer o espírito vai resultar em cura e refrigério que a postura contrária de vingança e ódio não consegue proporcionar.
Ainda que alguns creiam nos princípios bíblicos, outros, além zombar do que é ensinado, até escarnecem dos que tentam praticá-los taxando-os como tolos, ignorantes etc. Desse modo, costumam agir de modo a contrariar toda e qualquer visão cristã de relacionamento.

Por isso, é comum que as pessoas desprovidas de amor ao próximo, o que deixa em xeque a capacidade de amor próprio, ajam de forma arrogante, prepotente, egoísta e orgulhosa no trato com quem as cerca. Quando experimentamos este tipo de situação, é fácil nos fecharmos em copas e sofrer o agravo e tentarmos pagar com a mesma moeda.
Contudo, foi Jesus quem alertou: "a medida que usarem, também será usada para medir vocês" (Mateus 7:2). É o velho e bom princípio da semeadura: "tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7).

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