O direito à Liberdade

O Artigo 5º, do primeiro capítulo da Constituição Federal do Brasil é um deleite para a leitura e um convite à reflexão de como o ser humano tem condições de pensar em coisas boas.
O título do capítulo fala dos direitos e deveres individuais e coletivos. É um conjunto de parágrafos que, falando francamente, até deixa a alma leve quando o critério de leitura é a possibilidade de sonhar. Na prática, não se tem sonhos mas, sim, pesadelos. Depois do resultado das eleições de 2006, especialmente no que diz respeito à eleição de deputados, passei a duvidar dessa pretensa liberdade garantida na Carta Magna do País.

Para ser muito sincero, não acredito nessa tal liberdade garantida por artigos de lei. Perdoem-me os juristas, mas não acredito mesmo. No fim, nos tornamos prisioneiros de um sistema onde a mentira, a corrupção, a avareza, a prepotência são as palavras de ordem.
Nessas horas de absoluto descrédito prefiro optar pelo que alguns chamam de ópio do povo: a fé. Sim, fico com ela. Pois somente com essa fé que a ciência já tentou arruinar mas, até então, não conseguiu e nem conseguirá, somente na fé tenho podido encontrar alguma força e esperança para prosseguir.

Não quero ser simplista, mas se déssemos mais espaço a essa fé, não seríamos tão irresponsáveis com nossa postura diante da sociedade, no exercício de nossos direitos, no cumprimento de nossos deveres.
Digo isso porque a desilusão que toma conta de tantos é fruto não da falta de liberdade garantida pela lei, mas sim pela prisão em que muitas vezes está a alma.

Somente com o argumento da fé é possível entender a liberdade defendida por Jesus. Ele afirmou certa vez: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". (João 8:32)  Embora os contemporâneos de Jesus vivessem sob a dominação cruel do governo romano, um sistema político que pouco ou nada contemplava as necessidades básicas do povo, ele não falava da liberdade do corpo, Cristo pregava, sobretudo, a liberdade da alma.

Mas, do que a nossa alma precisa ser livre? Não quero refletir sob o prisma teológico que enfatiza a necessidade de sermos livres do pecado. Essa liberdade Jesus garantiu com sua morte na cruz no lugar do homem. Isso também depende da fé.
Mas, quando Jesus afirmava seu poder de libertar o homem, ele defendia homens livres do medo de dizer a verdade, capazes de repudiar a mentira, ter nojo dela. Cristo ensinava a liberdade dizendo que somos livres não tendo postura dúbia, ou seja, que diz uma coisa diante daqueles de quem se tem medo e pelas costas faz outra.

Se alcançarmos essa liberdade, seremos mais fiéis aos nossos melhores princípios. Se isso acontecesse ou quando acontecer –ainda preciso valer-me da fé–, aí, sim, poderemos viver numa sociedade mais justa e, sobretudo, mais humana.

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